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Governo escolhe grupo com fábrica no país para fornecer à Belo Monte
Europeus e argentino ganharam contrato de R$ 5,3 bi para fornecer equipamentos à usina
Decisão foi tomada ontem pela Eletrobras e deverá ser formalizada na próxima semana, segundo a Folha apurou
Eduardo Knapp - 23.abr.10/Folhapress
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Barco navega no rio Xingu, na altura de Altamira (PA); rio abrigará a usina hidrelétrica de Belo Monte
VALDO CRUZ
LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA
O governo Lula decidiu
priorizar fornecedores com
unidades no país e escolheu
um consórcio de três empresas europeias e uma indústria da Argentina para encomendar os equipamentos da
usina hidrelétrica de Belo
Monte, no Pará.
Elas ganharam a disputa
pelo contrato de R$ 5,3 bilhões após competirem com
chineses, japoneses e russos
(para quem pesou contra a
falta de fábricas no país). Segundo a Folha apurou, a decisão foi tomada ontem pela
Eletrobras e deve ser formalizada na próxima semana.
Das 18 turbinas de grande
porte, 14 serão fornecidas pelo consórcio formado pela
francesa Alstom, a austríaca
Vatech Andritz e a alemã
Voith Siemens. Elas serão
responsáveis também pelas
seis turbinas de menor porte.
A argentina Impsa foi escolhida para fornecer as outras quatro turbinas de grande porte. Ela está montando
uma fábrica em Recife (PE),
unidade que ficará responsável pela fabricação dos equipamentos para Belo Monte.
No caso das europeias,
elas empregam, atualmente,
cerca de 11 mil trabalhadores
no país. A Alstom possui fábricas em São Paulo e Rondônia. A Andritz e a Siemens,
apenas em São Paulo.
As três se uniram em um
consórcio para fazer uma
contraproposta ao grupo
Norte Energia, liderado por
Chesf e Bertin, que arrematou em leilão o direito de
construir a usina e analisava
outras ofertas de fábricas estrangeiras, mas que não possuem unidades no Brasil.
O consórcio foi viabilizado
depois que o BNDES criou
uma linha especial, a pedido
de Lula, para financiar o fornecimento de equipamentos
de Belo Monte, com prazo de
pagamento de até 30 anos.
Com isso, garantiu às três
empresas condições de financiamento semelhantes às
de seus concorrentes chineses, russos e japoneses.
PESO ESTATAL
O próximo passo será a assinatura do contrato de concessão entre a União e o consórcio Norte Energia, que,
após reestruturação, passou
a ter peso estatal de 77,5% do
investimento total -de R$ 19
bilhões a R$ 25 bilhões.
A participação direta e indireta do governo cresceu
com a entrada de fundos de
pensão ligados a estatais, como Petros (Petrobras), Previ
(BB) e Funcef (Caixa), além
do Fundo de Investimento
FGTS, administrado pela Caixa. Antes, a fatia estatal era
minoritária (49,98%), concentrada pela Eletrobras.
O consórcio deve entregar
hoje à Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) a documentação que formaliza a
sociedade. Em 16 de agosto, o
grupo terá de depositar garantias financeiras de cumprimento do contrato (5,5%
da obra, R$ 1,045 bilhão).
Em agosto deverá ser assinado o contrato de concessão, antecipando em mais de
um mês o cronograma original, que previa a assinatura
em 30 de setembro.
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