São Paulo, sábado, 30 de julho de 2011

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ANÁLISE

Preços altos e demanda asiática favorecem empresa

PEDRO GALDI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Como esperado, o resultado da Vale do segundo trimestre de 2011 veio forte e reflete o momento único que a empresa atravessa.
A demanda por minério de ferro de qualidade continuou positiva, e a Vale registrou vendas físicas de 61 milhões de toneladas, apesar das chuvas acima da média no período que afetaram a logística.
O volume de vendas ficou 9% acima do trimestre anterior. A China continuou sendo o principal comprador de minério e pelotas da Vale, com participação de 42% no volume total vendido.
No caso de níquel e cobre, os volumes ficaram estáveis em relação ao primeiro trimestre de 2011 e abaixo da expectativa -com o fim da greve de funcionários da Inco, no Canadá, volumes maiores eram esperados.
Outro ponto que favoreceu o bom resultado está relacionado à continuidade do aumento dos preços dos produtos, sendo que no caso do minério de ferro ocorreu um incremento de 15% sobre o preço do primeiro trimestre.
Na comparação com o preço praticado no segundo trimestre de 2010, a alta foi de 69%, deixando claro como evoluiu o preço desse mineral desde a mudança do modelo de precificação de anual para trimestral.
Mesmo com a desvalorização do dólar, a Vale reportou vendas líquidas de R$ 25,6 bilhões, incremento de 11% sobre o trimestre anterior, o dobro do registrado no mesmo período de 2010.
Por fim, a Vale reportou lucro líquido de R$ 10,3 bilhões, resultado que pode ser considerado um recorde.
Isso porque, no primeiro trimestre de 2011, o resultado de R$ 11,2 bilhões foi inflado pela contabilização de ganho extraordinário com a venda do negócio de alumínio.
Além do favorável cenário de atuação, a empresa apresenta excelente estrutura de capital.
Em junho de 2011, a Vale tinha uma dívida líquida de R$ 11 bilhões, que pode ser amortizada com a geração de caixa da empresa de apenas um trimestre.
Mesmo com essa situação, recentemente a Vale desistiu de brigar pelo controle acionário da mineradora Metorex, já que estava se anunciando uma guerra de preços.
A retirada da ofensiva pelo controle da Metorex levou a empresa à decisão de oferecer uma parcela adicional de proventos aos acionistas, no valor de US$ 3 bilhões, que deve ser pago em agosto.

PEDRO GALDI é analista da SLW Corretora.


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