São Paulo, sábado, 30 de julho de 2011

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Brasil quer exportar mais café torrado

Em 2010, somente 0,28% da exportação do setor foi de grão torrado e moído; meta é chegar a 10% em cinco anos

Governo aprovou anteontem uma linha de financiamento de R$ 150 milhões para a indústria do solúvel

Silva Junior - 7.jun.11/Folhapress
Colheita de café em fazenda de Pedregulho (SP); indústria estabeleceu meta de ampliar exportação de grão torrado

PAULO PEIXOTO
DE BELO HORIZONTE

Determinada a ampliar os índices de industrialização do café nacional, a Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café) estabeleceu meta de elevar as exportações do grão torrado e moído.
A expectativa é alcançar, no prazo de cinco anos, os níveis de venda externa do café solúvel.
Embora o Brasil seja o maior produtor mundial de café, atualmente 90% das exportações são em forma de grão cru. Em 2010, apenas 0,28% dos 33,2 milhões de sacas embarcadas pelo país era de café torrado.
Já as exportações de café solúvel -que também podem crescer bem mais na avaliação da Abic- fecharam 2010 com 3,34 milhões de sacas vendidas, ou 10,3% do total.
A intenção de aumentar a exportação do café torrado é também uma cobrança da presidente Dilma Rousseff. A exemplo do setor mineral, ela quer que o país agregue valor ao café antes de exportá-lo.
O recado da presidente foi dado ao presidente da Abic, Américo Sato, em reunião no Ministério da Fazenda.
Sato disse acreditar no aumento das vendas de café torrado, mas espera que o governo ajude a abrir novos mercados, principalmente na Ásia e no Oriente Médio.
Segundo ele, é preciso ir além do mercado europeu, que sempre colocou barreiras para o café industrializado brasileiro. As tarifas de importação são de 9% (solúvel) e 10% (torrado).

FINANCIAMENTO
Anteontem, o governo demonstrou disposição em ajudar a indústria ao aprovar, via Conselho Monetário Nacional, uma linha de financiamento de R$ 150 milhões para o setor de café solúvel.
Será uma linha permanente para capital de giro, reivindicação antiga da Abics (a associação das indústrias de café solúvel), segundo o diretor-executivo da entidade, Roberto Ferreira Paulo.
O próximo item da pauta do setor é tentar obter do governo a aprovação de "drawback", termo que define a importação do grão e a reexportação do produto processado.
Embora seja o maior produtor, a indústria precisa importar grãos para fazer contratos de longo prazo.
Como o café é uma cultura bianual (um ano com safra maior e a seguinte menor), só a importação garantiria o produto para ser processado e assim atender aos compradores externos.
Entre 90% e 95% do café solúvel produzido no Brasil é exportado.


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