São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2011

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commodities

Gasolina terá menos etanol em outubro

Mistura, que hoje é de 25%, cairá para 20% em 1ë de outubro; meta é segurar a alta no preço do combustível

Limite mínimo no país é de 18%, mas técnicos não recomendam esse índice porque ele não foi testado no mercado

SOFIA FERNANDES
DE BRASÍLIA

O governo decidiu reduzir de 25% para 20% o teor de etanol na gasolina vendida nos postos do país, a partir de 1º de outubro. A medida valerá por tempo indeterminado, enquanto for considerada necessária para conter a escassez e a alta dos preços do combustível.
A decisão estava sendo estudada havia meses pelo governo, que editou medida provisória em abril estabelecendo um piso de 18% para a mistura e a regulação do setor pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Segundo a Folha antecipou, técnicos desaconselharam a redução para 18%, pois essa mistura não foi testada no mercado. Reduzir tanto o teor de etanol também implicaria mais demanda por gasolina, pressionando ainda mais a Petrobras, que se encontra no seu limite de refino.
A cada 1% de álcool anidro que se corta da mistura, 20 milhões de litros devem ser substituídos por gasolina. A redução para 20% foi tomada ontem após reunião da presidente Dilma Rousseff com os ministros de Minas e Energia, Fazenda, Agricultura e Casa Civil.
"Temos de garantir o abastecimento para este ano e para o próximo. Sabemos que a safra do próximo ano não será muito melhor que a atual", disse o ministro Edison Lobão (Minas e Energia), após encontro com Dilma.
A atual safra da cana-de-açúcar é a pior da década, e a perspectiva para 2012 não é animadora. O preço do etanol nos postos faz do combustível brasileiro a pior opção para o consumidor.
Lobão afirmou ainda que o Ministério da Fazenda deve anunciar nos próximos dias medidas de financiamento para estocagem de etanol e para a renovação das lavouras, além de medidas de desoneração para o setor. Reportagem divulgada pela Folha antecipou que o governo estuda reduzir tributos na produção de etanol para incentivar o setor e evitar mais períodos de escassez.
O financiamento vem sendo prometido há meses, mas a falta de um acordo entre as áreas econômica, da agricultura e de energia tem adiado o lançamento de uma linha de crédito para o setor.
O governo confia ainda na Petrobras para ampliar a produção de etanol no país. O plano de investimento da estatal, de 2011 a 2015, prevê investimentos de US$ 4,1 bilhões. A Petrobras tem ampliado as usinas que mantém em parceria com outras empresas.


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