São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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Empresários trocam marcas por coreanas

Flexibilidade em negociação com asiáticos é atrativo para a abertura de revendas, que já chegam a 316 no país

Coreanas têm 5% do mercado, mas já incomodam grandes, como a Volks, que tem 600 concessionárias

Mauricio Lima/France Presse
O presidente Lula entra em uma Ferrari em exposição no Salão do Automóvel em SP

GABRIEL BALDOCCHI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em linha com o avanço das vendas no Brasil, as marcas automotivas coreanas estão acelerando a abertura de concessionárias. A ofensiva, essencial para garantir peças e serviços, tem conquistado empresários do setor de distribuição com marcas tradicionais.
"Se você não tiver esse tipo de estruturação, você não vai ter sucesso no mercado. Uma das causas de sucesso da Kia e da Hyundai foi justamente a criação de uma rede de concessionárias", aponta o presidente da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Sérgio Reze.
De 2007 até setembro deste ano, a Kia adicionou 77 novos pontos de venda no país. No período, o número de unidades comercializadas saltou de pouco mais de 4.000 por mês para cerca de 40 mil em setembro.
A rede da Hyundai avançou de 89 unidades há três anos para as atuais 176, que respondem hoje pela venda de cerca de 77 mil veículos, ante os 11 mil vendidos em 2007. A expectativa é que esse número chegue em três anos a 300 concessionárias.
Com participações de mercado de 3,27% e 1,66%, respectivamente, as marcas estão longe de uma Volkswagen, que tem 21% de participação e 600 concessionárias, mas já chegam a incomodar as grandes.
Em recentes declarações, a nova presidente da General Motors no Brasil, Denise Johnson, mostrou particular preocupação com a ascensão das coreanas, ponderando que a rede consolidada de concessionárias ainda significava vantagem para as grandes.

LIMITE
"Acho que chegamos a 200, 220 no máximo. Tem cidades que não comportam", explica o presidente da Kia, José Luiz Gandini
Ele ressalta a importância de manter o nível de vendas médio por unidade, que hoje está em 40 carros por mês.
"Por falta de produto e em respeito ao meu concessionário que já abriu, não posso nomear mais um e ir dividindo", aponta. Gandini diz ter mais 27 concessionárias para o próximo trimestre, mas vai interromper as nomeações por um período devido à limitação da fábrica.
A estruturação de marcas mais novas no país desperta o interesse de empresários do setor, que incorporaram as novas representações e chegam até a trocar pelas antigas.
"Se quiséssemos nomear mais 40 concessionárias, faríamos em uma semana", aponta Gandini.
Elas atraem por serem mais flexíveis na negociação e demandar menor investimento para unidades mais enxutas.
"Todo começo você tem que pagar um pouco mais, é normal", diz o consultor Luiz Carlos Augusto.
A flexibilização levou o executivo Luiz Ortolani, do grupo Comart, em São Paulo, a trocar a Toyota pela Kia.


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