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Vivendi propõe acordo para evitar multa
Suposta irregularidade na compra da GVT pode gerar autuação de R$ 3 bi na CVM
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
A francesa Vivendi propôs
um acordo à CVM (Comissão
de Valores Mobiliários) para
tentar impedir que um de
seus processos por supostas
irregularidades na compra
da operadora de telefonia e
internet GVT seja julgado.
A estratégia evitaria a autuação. Caso todas as irregularidades sejam comprovadas, calcula-se que o valor
chegaria a R$ 3 bilhões.
Uma proposta de acordo
aceita pela CVM encerraria o
caso com o pagamento de
um valor bastante inferior,
sem condenação.
Há três processos em andamento sobre esse caso e
em um deles também já houve pedido de acordo. Ele envolve um dos braços do banco Rotschild que teria adquirido ações da GVT em nome
da Vivendi.
Em 13 de novembro, dia do
anúncio da compra da GVT, a
Vivendi disse ser detentora
de 57,5% do capital da operadora brasileira. Essas ações
estariam em poder do Rotschild e não da Vivendi.
Para evitar o julgamento, o
Rotschild propôs pagar R$ 30
mil. A CVM negou o pedido
do Rotschild. A Folha apurou que o banco deverá propor um novo acordo.
Outro problema é que, no
dia do anúncio da compra do
controle da GVT, 19,6% das
ações (de um total de 57,5%)
eram dadas como pertencentes ao fundo inglês Tyrus,
que teria direito de compra
dessas ações.
No mercado, isso significa
que as ações não estavam
com ele, seriam recuperadas
e depois vendidas à Vivendi.
A Folha apurou que a CVM
teria concluído suas investigações comprovando que o
Tyrus não tinha as ações naquela quantidade no dia do
anúncio.
Fontes que tiveram acesso
ao processo afirmam que o
Tyrus teria enviado à CVM
um documento informando
ter comunicado à Vivendi
não possuir as referidas
ações no dia do anúncio.
A operação retirou a Telefônica da disputa pela GVT.
Os espanhóis pretendiam
comprar a GVT por meio de
uma OPA (Oferta Pública de
Ações).
Operando nos bastidores,
a Vivendi retirou os espanhóis adquirindo a GVT por
meio de terceiros no mercado, como o Rotschild.
Consultada, a Vivendi disse que não comentaria o caso. A CVM informou que não
comenta processos e termos
de compromisso em andamento. O Tyrus não respondeu até o fechamento desta
edição.
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