São Paulo, sábado, 30 de outubro de 2010

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Vivendi propõe acordo para evitar multa

Suposta irregularidade na compra da GVT pode gerar autuação de R$ 3 bi na CVM

JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO

A francesa Vivendi propôs um acordo à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para tentar impedir que um de seus processos por supostas irregularidades na compra da operadora de telefonia e internet GVT seja julgado.
A estratégia evitaria a autuação. Caso todas as irregularidades sejam comprovadas, calcula-se que o valor chegaria a R$ 3 bilhões.
Uma proposta de acordo aceita pela CVM encerraria o caso com o pagamento de um valor bastante inferior, sem condenação.
Há três processos em andamento sobre esse caso e em um deles também já houve pedido de acordo. Ele envolve um dos braços do banco Rotschild que teria adquirido ações da GVT em nome da Vivendi.
Em 13 de novembro, dia do anúncio da compra da GVT, a Vivendi disse ser detentora de 57,5% do capital da operadora brasileira. Essas ações estariam em poder do Rotschild e não da Vivendi.
Para evitar o julgamento, o Rotschild propôs pagar R$ 30 mil. A CVM negou o pedido do Rotschild. A Folha apurou que o banco deverá propor um novo acordo.
Outro problema é que, no dia do anúncio da compra do controle da GVT, 19,6% das ações (de um total de 57,5%) eram dadas como pertencentes ao fundo inglês Tyrus, que teria direito de compra dessas ações.
No mercado, isso significa que as ações não estavam com ele, seriam recuperadas e depois vendidas à Vivendi.
A Folha apurou que a CVM teria concluído suas investigações comprovando que o Tyrus não tinha as ações naquela quantidade no dia do anúncio.
Fontes que tiveram acesso ao processo afirmam que o Tyrus teria enviado à CVM um documento informando ter comunicado à Vivendi não possuir as referidas ações no dia do anúncio.
A operação retirou a Telefônica da disputa pela GVT. Os espanhóis pretendiam comprar a GVT por meio de uma OPA (Oferta Pública de Ações).
Operando nos bastidores, a Vivendi retirou os espanhóis adquirindo a GVT por meio de terceiros no mercado, como o Rotschild.
Consultada, a Vivendi disse que não comentaria o caso. A CVM informou que não comenta processos e termos de compromisso em andamento. O Tyrus não respondeu até o fechamento desta edição.


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