São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

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João Doria Jr. leva 'obsessão' para o mundo dos negócios

Empresário e apresentador lidera um grupo com participação em 6 empresas

Pela segunda vez à frente do programa "O Aprendiz", ele admite desconforto com o papel de demitir

MORRIS KACHANI
DE SÃO PAULO

Nos primeiros minutos de conversa com a Folha, o empresário João Doria Jr. usou a palavra "obcecado" quatro vezes. E não à toa. Aos 53 anos, liderando um conglomerado de seis empresas, entre as quais a Casa Cor (da qual é acionista) e o Lide (Grupo de Líderes Empresariais), Doria gosta de atribuir sua projeção à disciplina, ao planejamento antecipado e a um detalhismo ferrenho.
Ele trabalha 18 horas por dia, de segunda a sexta-feira. Aos domingos, a partir das 18h. Quatro secretárias o assessoram. Não demora mais de 24 horas para responder e-mails. Não fuma, não bebe, não fala palavrão. Está sempre de barba feita, veste-se impecavelmente e usa gel no cabelo desde criança.
Até em sua casa no Jardim Europa (São Paulo) ele é assim. "O João não consegue ver um quadro torto. A gente chega a encontrá-lo recolhendo lixo do jardim. Se houver bagunça na casa ele não dorme", diz a mulher, Bia Doria.
O casal tem três filhos, de 17, 10 e 9 anos. O mais velho, João Doria Neto, ou Johnny, já trabalha no escritório do pai e os outros dois estagiam quatro horas por dia nas férias. "Quero criar sucessores, não herdeiros."
Pela segunda vez João apresentará o programa "O Aprendiz" na TV Record, com estreia no dia 1º (veja texto na página ao lado). Ele admite certo desconforto no papel. "Não gosto de demitir, apesar de fazer um programa que demite. Gosto de construir."
Recentemente, Doria, que em 2007 liderou o controvertido movimento "Cansei", se filiou ao PSDB. O ex-presidente FHC disse à Folha, por e-mail: "Vi João Doria envolvido nas Diretas Já, e ajudando os governadores Montoro, Covas, Alckmin. Ele tem uma qualidade rara: sem deixar de ser objetivo, mantém lealdades políticas e pessoais".
Doria não revela o faturamento das empresas "nem amarrado". O carro-chefe é o Lide, que reúne eventos, atividades, publicações e programas corporativos. Desses, o mais vistoso é o Fórum Empresarial, realizado todos os anos com a elite dos presidentes de empresas brasileiras e estrelas políticas.
As cotas de patrocínio são bancadas por empresas que, em troca, recebem visibilidade e merchandising. Os valores não são divulgados, mas o mercado estima preço mínimo de R$ 200 mil.


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