São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Alta das commodities chega forte ao atacado e é repassada ao consumidor

A alta das commodities no mercado externo já é repassada com intensidade para os custos industriais e, consequentemente, aos consumidores brasileiros. Os dados de novembro do IGP-M mostram que os produtos agropecuários subiram 5,43% no atacado, acima do 1,45% do índice geral.
A alta das commodities começa a se dissipar tanto sobre os agrícolas como sobre os produtos industriais.
A avaliação é de Paulo Picchetti, professor da FGV e coordenador do IPC-S do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), da FGV.
Ele destaca as carnes bovinas, setor que o Brasil é líder em exportações. O aumento de fora puxa os preços do boi por aqui, que são repassados para o atacado, respingando nos consumidores.
A arroba de boi, que chegou a R$ 117 no campo, provocou alta de 16% na carne bovina no atacado nos 30 dias encerrados no dia 20.
No mesmo período, o consumidor já paga até 10% a mais por alguns cortes de carne bovina no varejo.
Picchetti lembra, ainda, que o consumidor paga mais também pelos produtos importados, como o trigo. O aumento da commodity lá fora já provocou alta de 4,5% no pão francês até outubro. "Alta que veio para ficar", diz.



Conjugação Há um ótimo desempenho da safra de cana-de-açúcar neste ano devido a uma conjugação de situações favoráveis, o que nem sempre ocorre, segundo Julio Maria Borges, da JOB Economia e Planejamento.

Apertado Na avaliação de Borges, há um balanço entre oferta e demanda muito apertado. Os preços internos do açúcar, de abril a novembro desta safra, superam em 15,4% os de igual período anterior em São Paulo. Já os externos estão 5,8% maiores. O álcool está com valorização de 13%.

Estimativa A produção de açúcar deverá atingir 34,5 milhões de toneladas nesta safra, 21% mais do que na anterior. Já a produção de álcool sobe para 26,9 bilhões de litros, com evolução de 14%, segundo a JOB.

Lento O ritmo da safra de cana continua lento. Na primeira quinzena deste mês, o processamento de cana foi 19% inferior ao da segunda de outubro, segundo a Unica.

Frango volta a subir em SP e carne bovina perde ritmo

O preço elevado da carne bovina começa a pesar no bolso do consumidor. Enquanto a carne de primeira ainda tem sustentação, a de segunda cai. Com isso, os estoques da carne de segunda crescem, mostra a AgraFNP.
Já a carne de frango ganha espaço, devido ao preço mais competitivo. Essa demanda permite alta nos preços, que ontem voltaram a R$ 2 por quilo da ave viva nas granjas paulistas, segundo acompanhamento feito pela Folha.

ALGODÃO
+5,56%
Ontem, em Nova York

NÍQUEL
+1,09%
Ontem, em Londres


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