São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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Anatel quer fracionar cobrança de ligação

Hoje, fora do plano básico, consumidor paga o minuto cheio mesmo que não fale durante os 60 segundos

Proposta da agência, colocada em consulta pública, é dividir o minuto em dez partes de seis segundos

LEILA COIMBRA
DE BRASÍLIA

A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) pretende unificar a cobrança das contas de telefonia fixa.
Hoje, o consumidor que não está incluído no plano básico paga o minuto cheio mesmo que não fale durante os 60 segundos.
Isso significa, por exemplo, que, em uma conversa de um minuto e dez segundos ao telefone, são cobrados dois minutos.
A agência reguladora quer que os planos que hoje são tarifados em minutos passem a ser fracionados.
Cada minuto será dividido em dez partes de seis segundos, e o consumidor passaria, portanto, a pagar de seis em seis segundos.
Isso beneficiará principalmente quem liga várias vezes, mas fala pouco em cada ligação. No plano básico já existe essa determinação de fracionamento.

CONSULTA PÚBLICA
A mudança na forma de cobrança foi aberta à consulta pública e só será regulamentada após a análise das contribuições recebidas.
O documento é amplo e propõe uma mudança global no relacionamento entre empresas de telefonia fixa e consumidores.
O objetivo, segundo a gerente operacional de Regulamentação e Oferta de Serviços da Anatel, Marina Villela, é tornar as regras mais claras e mais simples.
A busca de uma maior convergência entre a telefonia fixa e os demais serviços de telecomunicações também é parte da proposta.
Outra mudança prevista no mesmo documento é a possibilidade de as operadoras de telefonia fixa oferecerem pacotes de fidelização de consumidores, hoje prerrogativa da telefonia celular.
Os contratos celebrados entre clientes e operadora teriam uma cláusula de permanência mínima em planos alternativos em troca de benefícios objetivos, nos moldes do que ocorre hoje nos planos das empresas de celular.
Segundo a gerente da Anatel, hoje existem programas de fidelização, mas de forma velada, quando, por exemplo, o consumidor compra um pacote junto à operadora com acesso à internet mais TV por assinatura.
"É preciso que ela seja feita de forma clara ao consumidor e em troca de benefícios objetivos."
Também está prevista no documento a possibilidade de as concessionárias prestarem diretamente serviços de instalação e manutenção da rede interna de assinantes, o que hoje não é permitido.

DETALHES
A Anatel propõe ainda que o assinante tenha o direito de pedir o detalhamento permanente de sua conta.
As empresas de telefonia teriam também de disponibilizar a comparação entre os planos básico e alternativo.
O documento fica em consulta pública no site da agência até março, quando serão analisadas as contribuições recebidas.
A expectativa é que no primeiro semestre de 2011 seja publicada resolução regulamentando as mudanças.


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