São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010 |
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Consumidores migram para o frango e o porco DO RIO Português de Viseu, Manuel Mota, dono de um pequeno açougue na Lapa carioca, trabalha com carne desde 1964, quando chegou ao Brasil. Ele conta que nunca viu o preço do produto "tão alto como agora". A maioria dos clientes, diz, migrou para o frango e o porco, cujas vendas já superam, em seu comércio, a dos cortes de vaca. Em média, a carne bovina subiu 30,52% de janeiro a dezembro, segundo dados do IBGE. Mas alguns cortes tiveram aumento de até 62,13%, como o filé mignon. Em geral, as partes nobres subiram mais -a alcatra aumentou 34,53%. Mas mesmo as de segunda registraram altas expressivas: o acém avançou 30,4%. Pesquisa em açougues de São Paulo mostra que o filé mignon e a picanha estão sendo vendidos a R$ 40 o quilo. Em casas mais sofisticadas e em áreas nobres da cidade, os dois cortes chegaram a custar quase R$ 60 o quilo em novembro. REFLEXO NO FRANGO O aumento da carne bovina provocou ainda a aceleração dos preços dos seus substitutos: o frango e a carne de porco subiram, respectivamente, 14,97% e 18,25% em 2010. Esses reajustes já começam a chegar a restaurantes. Muitos já aumentaram seus preços e outros planejam corrigir suas tabelas se a alta persistir. "Trabalho há 30 anos no setor e nunca vi o boi tão caro. Até agora, deu para cortar outros custos e segurar. Mas, se o preço [da carne nos frigoríficos] se mantiver no nível atual, vou ter de aumentar 14%", diz Arri Coser, dono da churrascaria Fogo de Chão, que tem seis restaurantes no país e 16 nos EUA. Especialistas não enxergam motivos para uma queda consistente dos preços nos próximos meses. "Há um consumo que cresce de modo mais acelerado do que a capacidade de oferta", diz Sérgio De Zen, do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). (EL e PS) Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Análise pecuária: Regras claras podem evitar sobressalto nos preços da carne Índice | Comunicar Erros |
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