São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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VAIVÉM

MAURO ZAFALON - mauro.zafalon@uol.com.br

Algodão e café lideram altas agrícolas no ano

O ano de 2010 termina com um cenário de preços bastante favorável para os produtores agrícolas. Reativação da economia mundial, reposição de estoques e demanda maior, principalmente em países emergentes, elevaram os preços para patamares históricos.
A maior alta do ano fica com o algodão, que há algumas semanas chegou a dobrar de preço em relação a 2009. O produto foi negociado pelos maiores valores dos últimos 140 anos.
Com prejuízos nos anos anteriores, os produtores reduziram a área de cultivo e a produção mundial ficou em apenas 21,8 milhões de toneladas em 2009, enquanto o consumo foi a 24,6 milhões de toneladas.
A alta de preços trouxe ânimo novamente aos produtores, e a safra 2010/11 deverá atingir 27,3 milhões de toneladas. Os estoques sobem para 11,2 milhões, 26% mais do que há dois anos.
Os cafeicultores também terminam o ano com preços favoráveis. Internamente, a saca de café de melhor qualidade supera R$ 400.
Já na Bolsa de commodities de Nova York, o café supera US$ 2,40 por libra-peso. Com isso, o produto acumula alta de 76% em relação aos valores de negociação do final de 2009.
Outro grande destaque foi o açúcar. Quebra de safra nos principais concorrentes do Brasil permitiu alta de 26% neste ano em relação a 2009.
O primeiro contrato está em US$ 0,34 por libra-peso em Nova York.
O carro-chefe das exportações brasileiras do agronegócio, a soja, também deixou os produtores surpresos neste final de ano.
A forte demanda chinesa e possíveis problemas climáticos na Argentina, terceiro maior produtor mundial, aceleraram ainda mais os preços neste final de ano.
Em Chicago, o primeiro contrato está sendo negociado a US$ 13,66, valor que elevou os preços internos para R$ 50 por saca no Paraná.
Outra surpresa foi o milho, que, devido às estimativas de produção recorde nos Estados Unidos, mantinha preços equilibrados no primeiro semestre. No segundo, houve forte aceleração.
O trigo, o causador das altas das commodities no segundo semestre devido a problemas climáticos na Rússia e na Europa, também termina o ano com boa alta: 48%.

Boi As estimativas do mercado se confirmaram e a arroba de boi gordo termina o ano acima de R$ 100. Queda na oferta de animais prontos para abate e manutenção da demanda interna elevaram os preços para patamares recordes.

Quanto sobe A arroba foi negociada ontem a R$ 105 em São Paulo, contra R$ 78 em igual período de 2009 (mais 35%), mostra a AgraFNP. Os preços médios da Folha indicam R$ 102, também com alta de 35%.

Frango Puxado pela demanda e pela aceleração da carne bovina, o quilo da ave viva termina o ano em R$ 2,10 nas granjas paulistas, 27% mais do que no final de dezembro de 2009.

Suínos A carne suína também termina o ano com boa elevação em relação aos preços do final de 2009: mais 19%. Preços externos em alta e demanda interna aquecida seguraram os preços. Para começar bem A cultura popular diz que comer romã na virada de ano dá sorte. A crença é bem difundida: 70 toneladas de romã saíram da Ceagesp neste mês, 400% mais do que a média mensal até novembro.

Os números O quilo da fruta subiu para R$ 12 nesta semana, 46% mais do que a média até novembro.

OLHO NO PREÇO COTAÇÕES
Mercado Interno
MILHO
(R$ por saca) 22,12
TRIGO
(R$ por saca) 24,57

Nova York
ALGODÃO
(cent.de US$)* 140,43
AÇÚCAR
(cent.de US$)* 33,83

* por libra-peso


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