São Paulo, terça-feira, 31 de maio de 2011

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Filmes em 3D enfrentam crise nos EUA

Receita de lançamentos gera dúvidas sobre esgotamento do formato; estúdios apostam em reverter o quadro

Fora da América do Norte, que respondepor 70% da bilheteria, películas ainda têm bom desempenho

DO "NEW YORK TIMES"

Será que o boom do cinema 3D já morreu? Começa a parecer que sim, pelo menos nos EUA. O medo começou a se espalhar na semana passada, quando "Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas", cuja produção e promoção custaram US$ 400 milhões ao Walt Disney Studios, saiu-se mal nas salas 3D dos EUA.
Enquanto a maioria dos filmes de destaque obtém cerca de 60% de seu faturamento nas salas 3D, o filme dos piratas obteve só 47%.
A rebelião dos consumidores quanto aos preços mais altos dos ingressos para filmes 3D também afeta o cenário, e colocar os óculos especiais para assistir aos filmes está deixando de ser novidade, dizem os analistas.
Existe também um problema mais profundo. Os filmes 3D incentivaram os títulos mais fortes, como "Avatar" e "Alice no País das Maravilhas", mas prejudicaram títulos menos trabalhados.
Para complicar o quadro, há um contraste entre o desempenho dos filmes 3D nos EUA e no exterior. Se os resultados são perturbadores no mercado interno, no internacional são o oposto.
De fato, as salas 3D levaram "Piratas do Caribe" a faturar cerca de US$ 256 milhões em seu primeiro final de semana no exterior. A Disney alardeou o número como maior lançamento internacional de todos os tempos.
Hoje, em média, 70% da bilheteria de um filme provém da América do Norte.
Depois de um primeiro semestre decepcionante, Hollywood está contando com filmes 3D para sair do buraco. Até setembro, os estúdios lançarão 16 produções nesse formato, mais que o dobro do verão passado.
A necessidade é urgente. A receita de bilheteria nos primeiros seis meses de 2011 caiu cerca de 9% ante o mesmo período em 2010, e o público caiu 10%. Já as vendas domésticas de filmes caíram 10%, segundo o Digital Entertainment Group.
O primeiro semestre também viu a quase extinção na locação de vídeo em lojas. Nas bilheterias, os filmes de animação, que viraram a fonte mais confiável de renda para Hollywood, enfrentaram crise. "Rio", "Rango", e "Hop" tiveram juntos um número menor de espectadores do que "Shrek 3", em 2007.
Dirigentes dos estúdios reconhecem que precisam refazer a estratégia para filmes 3D. As animações continuam a se sair bem no formato. Já filmes para um público mais amplo, como "Piratas do Caribe", podem se sair melhor no formato convencional.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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