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Telefónica quer adotar a marca Vivo
Projeto é usar o nome comercialmente nas telefonias fixa e móvel; mudança deverá ser implementada em 2011
Em outros países, múlti espanhola tornou-se Movistar; Brasil deve ser a segunda exceção, depois do Reino Unido
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
Após a compra do controle
da Vivo, a Telefónica deverá
usar comercialmente a marca da operadora móvel no
Brasil, tanto na telefonia fixa
quanto na móvel. Para os
consumidores, o nome Telefônica deixará de existir.
Neste cenário, a marca Telefónica continuará existindo para fins institucionais e
administrativos, como ocorre desde o ano passado nos
países onde a operadora decidiu usar a marca Movistar.
A notícia de que a matriz
planeja usar Vivo como marca comercial em vez de Telefônica foi dada ontem pelo
vice-presidente para América Latina da Telefónica, José
María Pallete, que esteve em
uma reunião fechada com
executivos na sede da Vivo,
em São Paulo.
A mudança, prevista para
entrar em vigor no início de
2011, contraria a tendência
na América Latina e Europa,
onde a Movistar substituiu a
marca Telefónica.
Mas os espanhóis já abriram uma exceção. No Reino
Unido, foi mantida a marca
O2, avaliada em R$ 18,6 bilhões. A Movistar está avaliada em R$ 21,8 bilhões. Nesse
caso, o fator decisivo foi a força da O2 entre os consumidores britânicos.
No Brasil, acontece algo
parecido. Na lista das 50 marcas mais valiosas da consultoria BrandAnalytics, a Vivo
está cotada em R$ 1,6 bilhão.
É a 11ª marca do país (considerando outros setores da
economia) e a líder entre as
operadoras de telefonia.
A Oi aparece na 13ª posição, com R$ 1,5 bilhão. A Telefónica não foi avaliada.
A exemplo da O2, o uso da
Vivo como marca comercial
não se explica só pelo valor.
Recentemente, a Telefónica
implementou um plano de
mudança de imagem que,
agora, a matriz da operadora
espanhola quer consolidar.
NOVA ESTRATÉGIA
Entre 2008 e 2009, sucessivas panes do Speedy, serviço
de acesso à internet em banda larga, e uma falha na rede
de voz afetaram negativamente a imagem da Telefónica entre os consumidores.
A operadora liderou em reclamações dos órgãos de defesa do consumidor, foi multada pela Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) e até proibida de comercializar o Speedy.
Para retomá-lo, a companhia apresentou um plano de
investimento à Anatel para
comprovar que haveria um
reforço na capacidade da rede em que o serviço é prestado ao consumidor.
O programa também contou com o treinamento de
vendedores, atendentes e a
contratação de uma empresa
para auditar as vendas.
Os produtos (Speedy ou linha telefônica, por exemplo)
passaram a ser contados como "vendidos" se estivessem
devidamente instalados.
Uma equipe de "pós-venda" liga para o cliente para
checar não só a qualidade do
serviço como a do atendimento. Segundo o presidente
da Telefônica, Antônio Carlos Valente, desde então os
números de reclamações estão em queda.
Mesmo assim, a imagem
da empresa continua atrelada aos episódios passados.
Por isso, a matriz está praticamente decidida pelo uso
da marca Vivo.
Conhecida pelo slogan
"Vivo, sinal de qualidade", a
marca se alinha à imagem
que os espanhóis querem para a "nova Telefônica".
Na quarta passada, a Telefónica comprou os 30% de
participação da Portugal Telecom na Vivo por R$ 17,2 bilhões. Caso o negócio seja
aprovado pela Anatel, os espanhóis assumirão o controle da companhia.
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