O apetite do mercado financeiro começa a dar novo suporte aos preços das commodities agrícolas no mercado dos Estados Unidos, respingando também no Brasil.
Os fundos de investimentos, aproveitando a tradicional instabilidade de preços deste período do ano, entraram forte no mercado.
Nos meses de julho e de agosto, o setor vive sob os efeitos de um "rally climático" com relação à safra norte-americana, diz Fernando Muraro, da Agência Rural, de Curitiba.
Aproveitando o estresse do mercado, os fundos entram comprando para lucrar com as oscilações. A posição atual dos fundos indica que eles têm contratos comprados no volume de 34 milhões de toneladas. Há três semanas eram apenas 19 milhões.
Muraro diz que a justificativa de que a alta da soja e de outras commodities ocorre apenas por eventuais fatores climáticos não faz sentido.
Chove nas lavouras norte-americanas, o que favorece o desenvolvimento das plantas, diz ele. Em algumas regiões, como Europa e Rússia, no entanto, predomina o clima seco.
A alta não ocorre apenas sobre a soja, diz o analista da AgRural, mas também nos produtos negociados em Nova York, como açúcar, café, cacau e suco.
Essa alta no mercado externo reflete-se sobre as negociações no Brasil. Produtores de Sorriso (MT) já negociam a venda de soja futura a R$ 16 por saca -o produto é entregue em fevereiro e o pagamento, feito em março.
Em Sapezal (MT), as cotações futuras subiram para R$ 17 e em Rondonópolis (MT), para R$ 18.
No norte do Paraná, em vista da expectativa de novas altas da oleaginosa, os produtores já recusavam R$ 37 por saca nas vendas futuras.
No mercado físico a soja subiu para R$ 33,60 em Sorriso, R$ 10 acima dos valores do início de março. No noroeste do Paraná, a soja convencional chega a R$ 41, enquanto a transgênica subiu para R$ 39.

Álcool Os preços voltaram a subir nas usinas paulistas. O Cepea indicou R$ 0,8181 por litro nesta semana para o hidratado e R$ 0,9470 para o anidro. Na bomba, a alta foi de 1,2%, conforme pesquisa da Folha.

Cana A recente recuperação de preços permitiu uma elevação de 3,7% no quilo da ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) de junho para julho, mostra o Consecana.

Sem escala Os frigoríficos estão com dificuldade para comprar gado pronto para abate, segundo avaliação da AgraFNP.

Alta A falta de animais tem permitido uma elevação dos preços da arroba. Pesquisa da Folha registrou R$ 84 por arroba ontem em SP, com aumento de 2,5% no mês.

Em alta A reposição de estoques nos supermercados, com a volta das férias, pressiona os preços do arroz no Sul. Ontem os produtores recebiam R$ 28 por saca do cereal em casca.

Recuperação A alta dos preços das commodities agrícolas permite uma melhora na renda nos EUA.

Agropecuária Os preços recebidos pelos produtores norte-americanos subiram 3,6% neste mês em relação aos do anterior, segundo o Usda.

Grãos Os dados mostram que os grãos subiram 4,1%, acima da variação de 1,6% das carnes.

ZINCO
(US$ por mil/t) 1,98

BRENT
(US$ por barril) 78,18

Mercado Interno

FRANGO
(quilo vivo em SP) R$ 1,60

SUÍNO
(arroba em SP) R$ 50,4


Texto Anterior: Bovespa tem a maior alta em 14 meses
Próximo Texto: Roberto Rodrigues: Luzes para votar
Índice