São Paulo, domingo, 31 de julho de 2011 |
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Executivos ajudam a cortar gasto com teles Ex-presidentes de gigantes como Oi e Telefônica agora auxiliam empresas a reduzir despesas com operadoras Consultoria afirma que procura erros para tentar diminuir valores e que redução na conta pode chegar a até 50% ELVIRA LOBATO DO RIO JULIO WIZIACK DE SÃO PAULO Depois de turbinarem o lucro da Oi, da Telefônica e da Net, quatro ex-dirigentes dessas operadoras mudaram de lado e hoje ajudam grandes empresas a cortar gastos com telecomunicações. Esse time é formado por Ronaldo Iabrudi (ex-presidente da Oi), Manoel Amorim (ex-presidente da Telefônica), Nelson Reis (ex-diretor-geral da Telefônica Empresas) e Sérgio Wainer (ex-diretor da Telefônica, Oi e Net). Eles são sócios da ViaW, empresa de consultoria cuja agressividade comercial está incomodando as operadoras. Motivo: a ViaW diz que seus clientes, somados, já economizaram R$ 160 milhões, o que justificaria o incômodo das operadoras. No site da empresa, há o depoimento do Itaú/Unibanco sobre a redução de 50% no gasto com telefonia móvel. Já a Serasa afirma ter baixado suas despesas de telefonia e transmissão de dados em 35%. Quem assina o depoimento é o ex-presidente da companhia Francisco Valim, que assumirá a presidência da Oi em setembro. MODELO DE NEGÓCIO A ViaW começou a atuar em 2009 e tem tanta certeza de que há "gordura" para cortar nas contas que trabalha com contrato de risco. Por ele, o cliente só paga um percentual sobre a economia obtida. Se ela não ocorrer, a ViaW não ganha. O negócio só se viabiliza porque o grupo trabalha com as corporações que gastam mais de R$ 100 mil por mês. O trabalho começa com a análise do contrato assinado entre o cliente da ViaW e a operadora de telefonia que presta serviço para esse cliente. O passo seguinte é a verificação de valores cobrados que possam estar em desacordo com o contrato. Nelson Reis, que está à frente da operação da ViaW com Sérgio Wainer, diz que, quanto mais filiais e funcionários tiver o cliente, maior a chance de erros nas faturas. Segundo Reis, em um grande grupo de mídia as cobranças indevidas chegaram a 18% do valor da conta. Após essa avaliação, o passo seguinte é comparar o plano contratado com outros disponíveis no mercado. Começa então a renegociação com a operadora. Nesse processo, as teles acabam reduzindo sua margem de lucro com o cliente. Oi e Telefônica dizem que o percentual de erros em conta é inferior a 1%. As empresas dizem que já orientam seus clientes a encontrar o plano mais adequado. Ainda segundo elas, a renegociação dos contratos faz parte do negócio. CONCORRÊNCIA Esse é um mercado novo, que, até o momento, só está disponível para corporações. "O atendimento a pessoas físicas ainda não é um negócio economicamente viável", diz Rubens Nicoluzzi, acionista da Fastmind, que acaba de se associar à Invoice, outra empresa do setor. Hoje, há cerca de 40 empresas nesse ramo e pelo menos uma centena de consultores independentes. No exterior, as 50 maiores empresas desse segmento movimentaram US$ 895 milhões em 2010, segundo o instituto Gartner. Texto Anterior: Mercado Aberto Próximo Texto: Os novos especialistas Índice | Comunicar Erros |
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