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Defensivos contaminam moradores em Mato Grosso
Pesquisa mediu efeito do uso de agrotóxicos
RODRIGO VARGAS
DE CUIABÁ
Pesquisa feita em dois dos
principais municípios produtores de grãos de Mato Grosso encontrou resíduos de defensivos agrícolas no sangue
e na urina de moradores, em
poços artesianos e amostras
de água da chuva coletadas
em escolas públicas.
O trabalho, uma parceria
entre a Fundação Oswaldo
Cruz e a UFMT (Universidade
Federal de Mato Grosso), mediu efeitos do uso de agrotóxicos em Campo Verde e Lucas do Rio Verde (médio-norte de Mato Grosso).
O monitoramento da água
de poços revelou que 32% deles continham resíduos de
agrotóxicos, também achados em mais de 40% das
amostras de chuvas. Já 11%
das amostras de ar tinham resíduos de tóxicos como o endossulfam -que teve seu banimento recomendado por
seu potencial cancerígeno.
A pesquisa agora analisa a
correlação entre esses dados
e registros de intoxicações,
câncer, má-formação fetal e
distúrbios neuropsicológicos
nos municípios. "Sabemos
que a incidência desses problemas é maior onde há o uso
intensivo desses produtos",
diz o médico Wanderley Pignati, da UFMT.
Segundo o estudo, Mato
Grosso despejou na última
safra cerca de 105 milhões de
litros de agrotóxicos -11%
do total do Brasil. No período, as cidades pesquisadas
colheram 2,5 milhões de toneladas de soja e milho -8%
do estimado para o Estado.
Para Pignati, os dados evidenciam "falta de cuidado".
"Fala-se sobre o uso seguro
do agrotóxico apenas em relação ao trabalhador que o
aplica. E para o ambiente?"
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