São Paulo, sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Venezuela elimina taxa dupla de câmbio

País promove maxidesvalorização para itens essenciais, ao eliminar cotação menor para alimentos e remédios

Medida visa estimular demanda doméstica e PIB, que deve encolher 1,9% neste ano, após recuar 3,3% em 2009

CAROLINA MATOS
DE SÃO PAULO

O ministro das Finanças da Venezuela, Jorge Giordani, disse ontem que vai eliminar a dupla taxa de câmbio existente no país.
Passa a valer como cotação única, a partir de amanhã, a de 4,30 bolívares por dólar. E desaparece a relação de 2,60 bolívares por dólar para a importação de produtos essenciais, como alimentos e remédios, criada por Hugo Chávez em janeiro.
A maxidesvalorização da moeda local, portanto, deve ser sentida pela população mais pobre do país.
É uma forma de desestimular o consumo de produtos estrangeiros. E, assim, uma tentativa de aliviar a pressão contra a expansão da economia doméstica.
O PIB deve encolher 1,9% neste ano. Em 2009, houve retração de 3,3%.
A decisão de atuar no câmbio vem antes que Chávez perca, em 5 de janeiro, a maioria de dois terços no Congresso, que lhe permitiu fazer mudanças na Constituição e governar por decreto.
Essa foi a segunda desvalorização do bolívar neste ano. Em janeiro, o governo passou o câmbio -que estava em 2,15 bolívares por dólar desde 2005- para 2,60 bolívares para bens de primeira necessidade. E 4,30 bolívares por dólar para o restante.
Vladimir Caramaschi, estrategista do Banco Crédit Agricole, diz que o fim da taxa dupla na Venezuela "é positivo" porque acaba com uma "situação artificial".
Mas alerta para o risco quanto à inflação no país, hoje em 27% ao ano.
"Com o dólar mais caro, a inflação vai aumentar. Resta saber quais serão as medidas para combatê-la e as consequências sobre o PIB."

Com agências de notícias


Texto Anterior: Mídia: Americanos dedicam mais tempo a meios de comunicação
Próximo Texto: Argentina: Kirchner amplia gastos por decreto
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.