TERRA

Jardim embaixo d'agua

por MARIA CECÍLIA MACIEL

Na hora de montar um aquário é bom ter uma idéia de como será o layout: tamanho e altura, troncos, pedras, tipos de vegetação e de peixe a ser usados -algumas espécies são devoradoras de plantas aquáticas.

As lojas costumam classificar essas plantas de acordo com o tamanho e a forma de crescimento, dividindo-as em categorias para aquários de, no mínimo, 40 cm de altura.

Plantas carpetes são rasteiras, tipo forração, e crescem para os lados, como a grama. Entre as mais conhecidas se destacam: Lilaeopsis brasiliensis, Glossostigma elatinoides e Hemianthus callitrichoides.

Plantas flutuantes devem ser usadas com parcimônia, porque podem fazer sombra às outras, incapacitando-as da fotossíntese. São mais indicadas para lagos e fontes externas, já que absorvem o gás carbônico da atmosfera. Necessitam de bastante luz do sol -diferentemente das que vivem no aquário, com luz artificial e gás carbônico retirado da água. Em algumas espécies de flutuantes, como a vitória-régia, as raízes ficam submersas -servem para fixar a planta e absorver os nutrientes. Salvinia auriculata, Alface-d'água, Aguapé e Azolla caroliniana fazem parte desse grupo.

Plantas aquáticas pequenas são as que jamais alcançam a superfície da água. Devem ser colocadas na parte da frente do aquário, onde podem absorver melhor a luz. Algumas espécies, como Anubias e Microssorium, não devem ser enterradas no substrato, mas em pedra ou tronco, porque retiram seus nutrientes da água. Exemplos: Anubia nana, Cryptoco-ryne (todas as espécies), Echinodorus, Salmolus e Sagittarias.

Plantas aquáticas médias são as que crescem até o meio ou um pouco acima da coluna d'água. Se subirem mais do que essa medida, devem ser podadas para não interferir na decoração do aquário e afetar o próprio desenvolvimento. Nessa categoria se encaixam: Blyxa japonica, Eriocaulon, Eusteralis stellata, Hottonia palustris, Ludwigia inclinata.

Plantas aquáticas altas ficam no fundo do aquário. Crescem até a superfície. É o caso de Echinodorus bleheri (Amazonense folha larga), Hygrofyla corimbosa, Hygrofyla difformis, Echino-dorus macrophyllus, Valineria gigantea e Cabomba.

CURIOSIDADES

• A maioria das plantas submersas cresce para fora da água. Nesse caso, mudam o formato das folhas e a coloração e podem até produzir pequenas flores.
• Existem plantas de vários tons. As avermelhadas exigem maior intensidade de luz e maior quantidade de nutrientes disponíveis no aquário. Quanto mais luz mais cor.
• Camarões e algumas espécies de peixes, os chamados "comedores de algas", são inimigos naturais dessa praga. Devem ser introduzidos no aquário justamente para combatê-las.

Cultivo

O substrato deve ser montado com cascalho rico em minerais, como ferro, e coberto por uma pequena camada de areia ou pedra de rio. Há substratos prontos à venda em lojas especializadas.

Iluminação

Artificial, com um watt por litro de água, embora isso possa variar de espécie para espécie. Compre lâmpadas específicas para plantas -as comuns não permitem a fotossíntese.

Pragas

O húmus no substrato pode provocar o surgimento de algas e caramujos, que crescem excessivamente. Prefira substratos prontos, específicos para uso em aquário.

Poda

Depende do crescimento de cada espécie. Como o aquário mantém os mesmos índices climáticos durante o ano inteiro, não há época para a poda, mas tempo. A planta deve ser podada quando atingir a altura, o tamanho ou a densidade desejada.

Consultor

Alfonso Taqua Lainer, especialista em montagem e manutenção de aquários, gerente da loja Eco Marine (av. Pavão, 1.003, tel. 0/xx/11/5093-6512, www.ecomarine.com.br)