Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Proposta de diálogo de Seul é rejeitada pela Coreia do Norte

Coreia do Sul sugeriu negociações para reativar parque industrial de Kaesong, parceria entre os dois países

Expectativa de possível teste nuclear por parte de Pyongyang aumenta com festa nacional, que é comemorada hoje

MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIAL A DANDONG

Na véspera da data mais importante do calendário do país, a Coreia do Norte rejeitou ontem a proposta de diálogo do governo sul-coreano, mantendo o tom de confronto das últimas semanas.

Ocupada com os preparativos para a celebração de hoje --do 101º aniversário de nascimento do fundador do país, Kim Il-sung--, a mídia norte-coreana abriu espaço para a reação de repúdio.

"Não passa de um astucioso truque para acobertar o crime de conduzir a zona industrial de Kaesong a uma crise", atacou o regime de Kim Jong-un, neto de Kim Il-sung.

A Coreia do Sul havia proposto um diálogo para reativar o parque industrial de Kaesong, último projeto de cooperação entre os países, de onde os norte-coreanos retiraram, na semana passada, seus 53 mil operários.

A decisão foi mais um gesto de retaliação ao que os norte-coreanos chamam de atos de intimidação da Coreia do Sul, sobretudo os exercícios militares conjuntos atualmente realizados com os EUA.

Após rebater com dureza as ameaças da Coreia do Norte, que chegou a falar numa ofensiva nuclear, o governo sul-coreano baixou o tom nos últimos dias.

A recém-eleita presidente sul-coreana, Park Geun-hye, retomou seu discurso de campanha, afirmando estar interessada no diálogo para reconstruir a confiança entre os dois países, oficialmente em estado de guerra desde 1953.

Os EUA se uniram ao esforço. Em Seul, o secretário de Estado John Kerry disse na sexta que Washington não se opõe ao diálogo. China e EUA procuraram mostrar sintonia em relação ao objetivo de desnuclearização da península Coreana durante a visita de Kerry a Pequim, anteontem.

Principal aliado político e parceiro comercial da Coreia do Norte, a China tem dado mostras de estar revendo esse apoio, segundo analistas.

Um exemplo é o espaço crescente na imprensa estatal a comentaristas que apontam a beligerância norte-coreana como contrária aos interesses chineses.

Entre outras razões, por dar motivos para que os EUA aumentem sua presença militar na região. A expectativa de que Pyongyang fará um novo teste nuclear ou de mísseis aumenta com a festa nacional de hoje, cuja data poderia ser usada para uma demonstração de força.

A suposta ansiedade entre os chineses que vivem perto da fronteira com a Coreia do Norte também é citada como motivo para que Pequim endureça o tom com o aliado.

Segundo pesquisa do tabloide estatal "Global Times", um terço dos moradores da região estão preocupados com o risco de uma guerra, com ênfase na enxurrada de refugiados norte-coreanos que o conflito provocaria.

Não foi o que a Folha percebeu entre os moradores de Dandong, cidade no nordeste da China de onde se avista o território norte-coreano.

"Não acredito em guerra", disse o aposentado Wong. "E, mesmo se os refugiados vierem, a China é muito grande e pode absorvê-los".

Em Tóquio, Kerry disse ontem que os EUA estão "totalmente determinados a defender o Japão", outro alvo das ameaças da Coreia do Norte.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página