Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Análise

Em frenesi, CNN e outras atropelam noticiário e ficam em descrédito

NELSON DE SÁ DE SÃO PAULO

No meio da tarde, 15h no Brasil, o site da CNN trazia dois enunciados conflitantes, ambos no alto da home, "Suspeito é preso" e "Não houve prisão".

Na transmissão ao vivo, o correspondente John King tentava se justificar, dizendo que outros também erraram, como a agência Associated Press e a concorrente Fox News.

Mas eles erraram depois da CNN, influenciados por ela. E outros canais e sites, como as redes CBS e NBC e a agência Reuters, insistiram não haver prisão nenhuma, apesar da CNN.

Pior, ao noticiar inicialmente uma suposta identificação do suspeito, King havia afirmado ser "um homem de pele escura" --acrescentando que a descrição causaria polêmica, o que de fato aconteceu.

O FBI chegou a soltar uma nota negando prisões, "contrariamente ao noticiário" e aos "relatos de imprensa baseados em fontes não oficiais".

"Como essas notícias muitas vezes têm consequências indesejadas", diz o FBI, "pedimos à mídia que exercite cautela e tente confirmar as informações por meio dos canais oficiais".

O canal de notícias mudou seus destaques no final da tarde para o "avanço significativo" nas investigações, segundo uma fonte ouvida pelo mesmo King.

E passou a aguardar no ar, com evidente ansiedade, a coletiva de imprensa marcada e seguidamente adiada pela equipe de investigação.

No início da noite, já com o cenário de sua transmissão às escuras, a CNN ouviu que talvez nem acontecesse a coletiva, dada a especulação, e reproduziu os pedidos do governador por "cautela e paciência".

O vaivém do canal durante a tarde, com eco mundial, acabou por fazer esquecer os vexames anteriores dos tabloides de Nova York, "Post" e "Daily News".

O primeiro insistiu, por dois dias, que seriam 12 e não três mortos em Boston. O segundo, na capa de anteontem, retocou foto que mostrava ao fundo uma perna dilacerada.

Com CNN, "Post" e "Daily News" protagonizando piadas em outros sites e no Twitter, a cobertura fechou o terceiro dia do novo atentado próxima do descrédito.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página