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Brasileiro é finalista em disputa na OMC

Na reta final, embaixador Roberto Azevêdo concorrerá com o mexicano Herminio Blanco para a direção-geral do órgão

Secretário-geral do Itamaraty pedirá votos a embaixadores da Europa e da África em Brasília para fase final

ELIANE CANTANHÊDE COLUNISTA DA FOLHA

O brasileiro Roberto Azevêdo é finalista na disputa para o cargo de diretor-geral da OMC (Organização Mundial de Comércio). Agora, ele concorrerá apenas com o mexicano Herminio Blanco, segundo fontes diplomáticas.

Os nomes dos dois finalistas só serão confirmados oficialmente hoje, em Genebra.

O secretário-geral do Itamaraty, embaixador Eduardo dos Santos, terá reuniões hoje com os embaixadores e representantes de países da Europa e da África em Brasília para agradecer o apoio e já pedir votos para a decisão final.

No discurso do Itamaraty, a escolha de Azevêdo e Blanco já caracteriza uma vitória da América Latina.

Na Argentina, onde acompanhava a presidente Dilma Rousseff, o chanceler Antonio Patriota também teve como missão fazer publicidade da candidatura brasileira e tentar obter empenho dos parceiros de Mercosul para a campanha final.

O Brasil considera que Azevêdo, que é hoje embaixador do país junto à entidade, tem apoio da maioria da América do Sul, com exceção da Colômbia, que está com o candidato mexicano desde o início.

Conta, ainda, com votos da África e espera conseguir apoio na Ásia, agora que a Indonésia está fora do páreo.

Entre os Brics, Azevêdo tem apoio da África do Sul desde o início e deve contar agora com o voto público também da Rússia --que apoiava o candidato da Nova Zelândia, Tim Groser-- e da Índia e da China, que se dividiam entre Indonésia e Brasil.

Na avaliação da diplomacia brasileira, o país tem dois trunfos sobre o México.

O primeiro deles é o fato de que, apesar de ter registrado um crescimento bem menor em 2012 (0,9%), o Brasil apresenta taxas de desemprego bem mais baixas e um processo de inclusão social mundialmente respeitado.

Além disso, o México, que é membro da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), estaria mais identificado com os interesses de países ricos --principalmente os EUA--, enquanto o Brasil tem inserção maior e mais diversificada.

Apesar de nunca ter sido ministro, como o adversário e a maioria dos ex-diretores-gerais da OMC, Azevêdo superaria Blanco porque é especialista em comércio e conhece a fundo a OMC --está habituado com as regras, sabe quais são os impasses e principalmente as possibilidades de consenso.

Tem, inclusive, duas vitórias para o Brasil no currículo: as disputas nos casos do algodão e do suco de laranja.

A votação na OMC ocorre por meio de consultas sigilosas aos 159 países-membros.

No início da disputa, eram nove os candidatos ao posto. Na segunda fase, disputavam com o Brasil e o México, candidatos da Indonésia, da Nova Zelândia e da Coreia do Sul. O nome do sucessor do francês Pascal Lamy será divulgado em maio.

MOISÉS NAÍM

Excepcionalmente hoje não haverá coluna


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