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Greve afeta serviço público em Portugal Paralisação ocorreu em protesto contra os cortes propostos pelo governo como medida para tirar o país da crise Agência de classificação de risco Fitch rebaixa a nota do país; passeatas terminam em confronto nas ruas com a polícia DE LONDRES
A greve geral convocada pelas duas principais centrais sindicais de Portugal provocou paralisações principalmente no setor de transporte público. Em Lisboa, não houve metrôs, trens e barcas no rio Tejo, e o serviço estava prejudicado nos ônibus. Os aeroportos quase pararam. A TAP diz que cancelou 121 dos 140 voos previstos para ontem. Houve também escolas fechadas, e alguns hospitais só atendiam emergências. Os sindicatos dizem que a greve foi um sucesso principalmente no setor público, com adesão de mais de 90% dos funcionários. Já o governo diz que apenas 10,48% não trabalharam. A paralisação é em protesto contra a política de cortes adotada pelo governo para reduzir a dívida e o deficit público do país. Portugal chegou à beira de não pagar suas dívidas e teve de recorrer a empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Central Europeu. Em troca de dinheiro, se comprometeu a fazer mais cortes. O Parlamento discute agora o Orçamento para 2012. Na proposta, mais redução de salários e aumento nas horas trabalhadas. Durante o dia, houve várias passeatas pelas ruas, que juntaram grevistas e também a chamada "geração à rasca", jovens muito bem formados, mas que não conseguem emprego ou são obrigados a aceitar subempregos mal remunerados. Houve confronto entre a polícia e manifestantes em frente ao Parlamento. Ao menos três foram presos. NOTA DE CRÉDITO No mesmo dia, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota dos títulos portugueses, que deixaram de figurar no chamado grau de investimento. Os investidores se baseiam nessas notas para avaliar os riscos de emprestar ao país. A culpa do rebaixamento é da desaceleração da economia mundial e da política interna de cortes, que jogou o país numa recessão. Segundo a Fitch, nos próximos dois anos, "a recessão irá tornar muito mais complicado o plano do governo para reduzir o deficit e terá também um impacto negativo na qualidade dos ativos dos bancos." Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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