Índice geral Mundo
Mundo
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Greve afeta serviço público em Portugal

Paralisação ocorreu em protesto contra os cortes propostos pelo governo como medida para tirar o país da crise

Agência de classificação de risco Fitch rebaixa a nota do país; passeatas terminam em confronto nas ruas com a polícia

DE LONDRES
Patricia de Melo Moreira/France Presse
Manifestantes durante protesto em Lisboa
Manifestantes durante protesto em Lisboa

A greve geral convocada pelas duas principais centrais sindicais de Portugal provocou paralisações principalmente no setor de transporte público.

Em Lisboa, não houve metrôs, trens e barcas no rio Tejo, e o serviço estava prejudicado nos ônibus.

Os aeroportos quase pararam. A TAP diz que cancelou 121 dos 140 voos previstos para ontem.

Houve também escolas fechadas, e alguns hospitais só atendiam emergências.

Os sindicatos dizem que a greve foi um sucesso principalmente no setor público, com adesão de mais de 90% dos funcionários. Já o governo diz que apenas 10,48% não trabalharam.

A paralisação é em protesto contra a política de cortes adotada pelo governo para reduzir a dívida e o deficit público do país.

Portugal chegou à beira de não pagar suas dívidas e teve de recorrer a empréstimo do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Central Europeu.

Em troca de dinheiro, se comprometeu a fazer mais cortes. O Parlamento discute agora o Orçamento para 2012. Na proposta, mais redução de salários e aumento nas horas trabalhadas.

Durante o dia, houve várias passeatas pelas ruas, que juntaram grevistas e também a chamada "geração à rasca", jovens muito bem formados, mas que não conseguem emprego ou são obrigados a aceitar subempregos mal remunerados.

Houve confronto entre a polícia e manifestantes em frente ao Parlamento. Ao menos três foram presos.

NOTA DE CRÉDITO

No mesmo dia, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota dos títulos portugueses, que deixaram de figurar no chamado grau de investimento.

Os investidores se baseiam nessas notas para avaliar os riscos de emprestar ao país.

A culpa do rebaixamento é da desaceleração da economia mundial e da política interna de cortes, que jogou o país numa recessão.

Segundo a Fitch, nos próximos dois anos, "a recessão irá tornar muito mais complicado o plano do governo para reduzir o deficit e terá também um impacto negativo na qualidade dos ativos dos bancos."

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.