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Itália paga cada vez mais para se financiar

Retorno sobre título bateu em 7,8% ontem, ante 4,6% em outubro

Desconfiança sobre dívida dos países do bloco só cresceu desde a reunião, há um mês, sobre pacote de resgate

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A desconfiança do mercado em relação à Itália chegou ao ponto em que os investidores exigem retorno maior para comprar títulos de dois anos (de curto prazo) do que para os papéis de dez anos.

Essa inversão mostra os temores de que a crise italiana estourará logo e é bastante rara: Grécia, Portugal e Irlanda enfrentaram a mesma coisa antes de recorrer à ajuda internacional.

O usual é que títulos de longo prazo paguem retorno maior porque cresce a possibilidade de uma crise ou de um calote, por exemplo.

Em leilão realizado ontem pelo governo italiano, os investidores exigiram um rendimento de 7,8% para os títulos com vencimento em dois anos -ante 4,6% na negociação feita em outubro.

Enquanto isso, nos mercados, os papéis italianos de dez anos foram negociados com rendimento de 7,3%.

E, no caso dos papéis de seis meses, a Itália repetiu o que ocorreu com o leilão espanhol também desta semana: teve que pagar um rendimento maior até mesmo que o exigido da Grécia, símbolo da crise europeia.

A manutenção dos juros nesse patamar tornará insustentável refinanciar a dívida italiana, que equivale a 121% do seu PIB e proporcionalmente só fica abaixo da grega na Europa.

O agravamento da crise italiana também vai ser um teste para o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, criado pelo bloco para ajudar os países em dificuldade.

O fundo ainda busca investidores, como a China, para aumentar seu poder de fogo e poder blindar economias maiores, como a Itália e a Espanha (a terceira e a quarta maiores da zona do euro, respectivamente), alvos de desconfiança cada vez maior.

Mesmo a França e a Alemanha, que são consideradas o núcleo forte da região, têm sido acompanhadas com um receio crescente.

A França vem sendo ameaçada pelas agências de risco de perder a nota "AAA".

Já a Alemanha viveu o fracasso na quarta do leilão de seus títulos, vistos como os mais seguros da Europa. A intenção do governo era vender € 6 bilhões, mas só houve procura por € 3,6 bilhões.

Desde que as autoridades europeias se reuniram, há um mês, para definir o novo pacote de resgate, os juros dos papéis de quase todos os países não pararam de subir, mostrando a disseminação do clima de desconfiança.

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