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EUA monitoram milhões de telefonemas

Governo recebe registros de chamadas da companhia Verizon desde 2006, para 'evitar comunicação entre terroristas'

Justificativa é lei criada após os ataques de 11/9; governo também tem acesso a servidores de empresas de tecnologia

RAUL JUSTE LORES DE WASHINGTON

O governo americano admitiu ontem que há sete anos coleta as ligações telefônicas de milhões de usuários, confirmando denúncia do jornal britânico "The Guardian".

O jornal revelou decisão judicial secreta que obrigava a companhia telefônica Verizon a entregar ao governo dados da atividade telefônica fixa e celular de todos os seus clientes entre 25 de abril e 19 de julho deste ano.

O motivo, segundo funcionários do governo, seria identificar comunicação entre terroristas, mas não houve explicação da Casa Branca sobre algum caso específico que teria levado à prática.

O relatório inclui quem fez a ligação, quando fez e quanto durou, mas não permite ao governo ouvir as conversas.

Segundo o governo, os pedidos de informações não se restringiram à Verizon nem às datas do documento obtido pelo "Guardian" e o monitoramento é feito desde 2006.

Outra denúncia, feita pelo "Washington Post", diz que a Agência de Segurança Nacional e o FBI (polícia federal dos EUA) usam desde 2007 um programa secreto chamado Prism, que dá acesso direto a contas e e-mails.

Esse programa permite acessar servidores de nove companhias de internet, incluindo gigantes como Google, Microsoft, Facebook e Apple. As empresas dizem não ter conhecimento do caso.

LEI DE BUSH

Boa parte dos sistemas de vigilância pelo governo foi autorizada pela Lei Patriótica (Patriot Act), assinada pelo ex-presidente George W. Bush em 2001, após os ataques do 11 de Setembro.

A revelação ocorre semanas após o governo assumir que estava tendo acesso a registro de ligações de jornalistas da agência Associated Press e da rede Fox News.

Em editorial, o jornal "The New York Times" afirmou que Obama perdeu "toda a credibilidade" e que a vigilância "é um abuso de poder".

"Muitos achavam que Obama não continuaria a fazer o que Bush fazia, e isso precisa ser debatido", disse à CNN Glenn Greenwald, o colunista do "Guardian" que revelou a vigilância.

O secretário de Justiça americano, Eric Holder, afirmou que o Congresso estava informado sobre o programa.

Vários democratas criticaram o governo, como o ex-vice-presidente Al Gore, que disse que "essa vigilância é obscenamente escandalosa".Na oposição, o deputado republicano Mike Rogers disse que o programa já conseguiu evitar "significativo" atentado no país há alguns anos.

ONGs como a American Civil Liberties Union (ACLU) anunciaram que levarão a espionagem à Justiça.


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