Mais uma agência alerta para o 'risco EUA'

	Haraz N. Ghanbari/Associated Press
	Obama entre Rompuy, presidente do Conselho Europeu, e Barroso, da Comissão Europeia

A agência de classificação de risco Fitch Ratings advertiu ontem que cresceram as chances de um rebaixamento do "status" de bom pagador dos EUA, hoje no topo da escala entre os países de menor risco.

A chamada "perspectiva" da nota de risco americana foi revisada de "estável" para "negativa", a etapa preliminar para que o país perca sua classificação de risco "AAA".

Embora ressalte a "solidez" da economia americana, a Fitch mostra preocupação com o esgotamento do prazo para que o governo adote as "medidas fiscais necessárias" para manter a dívida nacional numa trajetória sustentável.

Não se trata da primeira agência a advertir para o risco da solvência americana.

Poucas semanas antes, as rivais Standard&Poor's e Moody's já haviam lançado avisos de mesmo tipo para o "rating" dos EUA.

Do outro lado do Atlântico, a Moody's alertou que o agravamento da crise ameaça o status dos 27 países da União Europeia.

"Ante a ausência de medidas que estabilizem as condições de mercado a curto prazo, ou de que estas condições se estabilizem por qualquer outra razão, o risco de crédito continuará aumentando", afirmaram os analistas dessa agência, em relatório especial divulgado ontem.

E, quase que num eco desse alerta, o presidente dos EUA, Barack Obama, pediu "determinação" aos líderes da União Europeia. "Os Estados Unidos estão prontos para fazer a sua parte para ajudar [a Europa]", disse o presidente, após se reunir com líderes europeus.

Para completar, o mercado de títulos soberanos "puniu" Itália e Bélgica, exigindo juros ainda mais altos em novas emissões de bônus.

Apesar disso, a Bolsa de Nova York subiu com força (2,59%), em parte por conta do desempenho surpreendente do comércio na chamada "Black Friday" na semana passada, a maior liquidação do ano.