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População não aguenta mais, diz presidente da comissão

DE SÃO PAULO

Para Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da comissão da ONU para a Síria, é preciso que a comunidade internacional aja com urgência, já que a situação se deteriora a cada dia e os sírios não suportam mais tanta violência.

Em entrevista à Folha, por telefone, de Genebra, ele apoiou o envio de observadores para frear violações.

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Folha - É possível ter real noção do que acontece no país só a partir de relatos externos?

Paulo Sérgio Pinheiro - Os testemunhos dão uma visão completa das violações contra direitos humanos que estão ocorrendo na Síria. O prejuízo [de a comissão não ter tido acesso ao país] é do próprio governo da Síria, que se privou de incluir a narrativa em primeira mão de membros do governo, da sua própria comissão de investigação, dos comandos militares, dos soldados feridos.

A demora da comunidade internacional em agir contribuiu para agravar a situação?

Certamente, a situação se agrava a cada dia. A população no interior da Síria está submetida a uma grande intensidade de violência. A mensagem que passamos é que é preciso um sentido de emergência para a comunidade internacional agir, porque a população não aguenta mais.

O que se espera da ONU e, em especial, do Conselho de Segurança agora?

A comissão recomenda que o Conselho de Direitos Humanos tome medidas urgentes, através da Assembleia Geral e do Conselho de Segurança, para implementar as sugestões do relatório. Nós apoiamos o envio ao país de observadores, assim como mecanismos de direitos humanos, como a missão formulada pela Liga Árabe.

É possível avaliar a violência cometida pelos opositores contra as forças do governo?

Estamos preocupados com as notícias de confrontos armados entre grupos desertores e forças de segurança sírias, mas não fomos capazes de verificar se há um conflito armado, já que não pudemos entrar no país. Mas o relatório recomenda que os grupos da oposição ajam dentro das normas dos direitos humanos.

(ISABEL FLECK)

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