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EUA reagem a absolvição de assassino de jovem
Para júri, vigia se defendeu; Obama pede 'reflexão' e Justiça federal seguirá investigação
A absolvição por um júri na Flórida do ex-vigia voluntário George Zimmerman, que matou em 2012 o garoto negro Trayvon Martin, gerou indignação e protestos de grupos de direitos civis nos EUA.
Marchas ocorreram em Washington, São Francisco, Chicago e Atlanta. Em Oakland (Califórnia), manifestantes fizeram pequenos incêndios e quebraram janelas.
"Continuo chocado com a decisão", disse o pastor e ativista de direitos civis Jesse Jackson. "Jovens negros que viviam naquele bairro se sentiam especialmente visados [por Zimmerman]; há motivos para pensar que a raça foi o motivo pelo qual ele disparou contra Trayvon", disse Benjamin Jealous, líder da Associação Nacional para o Avanço das Pessoas Negras.
O presidente Barack Obama disse, em nota, que a morte de Martin foi "uma tragédia". Ele reconheceu que a sentença "suscitou paixões fortes", mas ponderou que os EUA são "uma nação de leis, e um júri se pronunciou".
"Agora peço para cada americano respeitar o pedido de calma reflexão feito pelos pais que perderam seu filho mais novo", afirmou.
O Departamento de Justiça anunciou que o FBI e os procuradores federais continuarão a investigar o crime para avaliar se há necessidade de um novo julgamento.
O júri de seis mulheres decidiu que o vigia agiu em legítima defesa. Martin foi morto em fevereiro de 2012, aos 17 anos, em um condomínio fechado de Sanford, na Flórida. Zimmerman, 29, alegava que o seguiu por achá-lo suspeito e que disparou contra Martin--que estava desarmado-- após ter sido supostamente agredido por ele.