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Brasil teve 3 aviões vistoriados pela Bolívia

Aeronaves da FAB, uma delas usada por Amorim, foram inspecionadas em 2011, mas caso só veio à tona agora

Segundo ministro, ato foi 'abusivo'; revelação ocorre no momento em que há problemas na relação entre países

ELIANE CANTANHÊDE COLUNISTA DA FOLHA

O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse ontem que três aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) foram vistoriados pelo governo da Bolívia no aeroporto de La Paz, em 2011, inclusive um que o levou em viagem oficial ao país.

O Brasil diz que aviões oficiais são invioláveis, como embaixadas. "Foi um procedimento abusivo, lamentável e condenável", disse à Folha Amorim, que afirma só ter sabido do caso agora. A Defesa se manifestou após informação publicada originalmente no site "Diário do Poder".

Segundo ele, o Brasil fez um protesto formal na época ao governo Evo Morales.

O episódio vem à tona quando o Brasil se solidariza enfaticamente com Evo, após veto de países europeus ao sobrevoo do avião dele em seus espaços aéreos, e quando há dois problemas nas relações bilaterais.

Um deles é a prisão de torcedores do Corinthians pela morte de um boliviano num jogo. O outro é a negativa de Evo em dar salvo-conduto ao senador Roger Pinto, asilado na embaixada brasileira.

Conforme Amorim, a vistoria em seu avião foi feita por agentes bolivianos de combate ao narcotráfico, sem o seu conhecimento e sem a sua presença. Eles teriam revistado o bagageiro, não a cabine de pilotos e passageiros.

"Eu não soube e é óbvio que eu não estava dentro do avião. Jamais autorizei e jamais autorizaria", declarou.

O incidente ocorreu em outubro de 2011 --na época, o comandante da Academia da FAB, brigadeiro Carlos Augusto Oliveira, passou pela mesma situação em outro voo. Em novembro, o caso repetiu-se com uma terceira autoridade brasileira.

Em dezembro de 2011, o embaixador no país, Marcel Biato, ameaçou: "Caso persista a execução de tais procedimentos, o Brasil poderá adotar (...) o princípio da reciprocidade". O governo Evo, na época, justificou que se tratava de padrão interno de fiscalização, mas que tomaria providências para que não se repetisse com brasileiros.


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