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Burocracia atrasa saída de Snowden de aeroporto
Informação é de advogado do delator, que continua em terminal de Moscou
Assessor afirma que americano quer buscar emprego na Rússia; EUA dizem que asilo seria "decepcionante"
O ex-técnico de inteligência dos EUA Edward Snowden, procurado pelo governo americano após revelar megaesquema de espionagem, não deixará "por enquanto" o aeroporto Sheremetyevo, em Moscou, "devido a problemas burocráticos".
A informação é do assessor legal do americano, o russo Anatoli Kucherena, que se reuniu ontem com Snowden na área de trânsito do aeroporto, onde o analista está desde 23 de junho. O americano teve seu passaporte revogado pelos EUA.
Na manhã de ontem, a imprensa russa chegou a afirmar, citando fontes não identificadas, que Snowden havia conseguido os documentos para deixar o aeroporto.
O advogado, no entanto, disse que o fugitivo ainda não recebeu os papéis que lhe permitiriam entrar na Rússia, país ao qual pediu asilo.
Kucherena disse também que levou roupas para ele, além do romance "Crime e Castigo", clássico do russo Fiódor Dostoiévski.
O advogado disse que Snowden está aprendendo russo e sugeriu que ele quer ficar no país por mais tempo -- e não seguir depois para os países da América Latina que lhe ofereceram asilo: Venezuela, Nicarágua e Bolívia.
Segundo Kucherena, o americano "quer encontrar um trabalho na Rússia, viajar e de alguma maneira criar uma vida" no país.
Ontem, os EUA pressionaram mais uma vez a Rússia a não conceder asilo a Snowden. O governo divulgou que o secretário de Estado, John Kerry, telefonou para o chanceler russo, Serguei Lavrov, pedindo que ele fizesse "o correto no caso".
"Qualquer movimento que permita Snowden a abandonar o aeroporto seria profundamente decepcionante", disse Jen Psaki, porta-voz do Departamento de Estado.