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EUA interrompem envio de caças ao Egito

Em 1ª retaliação pós-queda de Mursi, Pentágono diz que entrega não seria "apropriada" por "situação" do país

Chefe do Exército pede que egípcios protestem nas ruas em defesa do governo; Irmandade vê incitação à guerra civil

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Barack Obama, presidente dos EUA, decidiu interromper a entrega de quatro caças F-16 ao Egito, parte de um pacote de auxílio americano ao país que totaliza US$ 1,55 bilhão por ano.

É a primeira reação concreta do governo americano ao golpe de Estado que depôs o presidente islamita Mohammed Mursi em 3 de julho.

Segundo um anúncio feito ontem pelo Pentágono, a decisão foi tomada em consideração à "situação atual" --uma referência aos violentos conflitos entre o novo governo e apoiadores de Mursi.

A crise política no Egito é um desafio diplomático para os EUA, uma vez que o governo americano tem de, por lei, interromper seu auxílio se considerar a deposição um golpe de Estado.

Mursi caiu por uma manobra do Exército após manifestações em massa pedindo sua renúncia, em meio a uma crise econômica e política.

O clima de conflagração persiste no país. Ontem, Abdel Fatah al-Sisi, chefe militar egípcio, pediu em um comunicado transmitido pela mídia estatal que as pessoas realizem manifestações em massa em apoio ao Exército.

"Peço que todos os egípcios honestos e confiáveis saiam às ruas [...] e me deem o mandato e a ordem para que eu combata a violência e o potencial terrorismo", disse ele, que também prometeu cumprir cronograma para novas eleições, no ano que vem.

A liderança da Irmandade Muçulmana, ligada a Mursi, recebeu o comunicado de Sisi como um "chamado à guerra civil", e há expectativa de violência quando simpatizantes e opositores realizarem protestos simultâneos.

Essam al-Erian, um líder da Irmandade Muçulmana, escreveu em sua página no Facebook que o anúncio do líder militar é uma "ameaça" e que não impedirá "milhões de continuarem a se reunir".

O Egito tem testemunhado uma onda de violência desde a deposição de Mursi. Membros da Irmandade têm realizado protestos na capital, Cairo, em repúdio à transição política.

Embates entre simpatizantes e opositores do islamita, além de ataques de militantes no deserto do Sinai, já deixaram dezenas de vítimas --só a repressão militar a protestos em 8 de julho deixou ao menos 51 mortos.

O presidente deposto está incomunicável há semanas, e sua família diz que acusará o governo interino na Justiça de ter sequestrado Mursi.


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