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Análise

Maior dificuldade no país é encontrar rumo certo a seguir

THOMAS FRIEDMAN DO "NEW YORK TIMES"

Desde o início de 2011, o Egito teve três revoluções. Quando se somam todas, é possível discernir uma mensagem sobre o que a maioria dos egípcios está buscando.

A primeira revolução foi a do povo e dos militares derrubando o ditador Hosni Mubarak e instalando no poder o ex-ministro da Defesa Mohammed Hussein Tantawi.

Tantawi e seus colegas se mostraram incompetentes no comando da nação e foram substituídos, por meio de uma eleição revolucionária, pelo partido da Irmandade Muçulmana, com Mohammed Mursi à frente.

Este rapidamente tentou consolidar seu poder, decapitando as Forças Armadas e instalando partidários da Irmandade em cargos cruciais.

Seu estilo autocrático e sua liderança econômica falha assustaram o centro, que no mês passado se aliou a uma nova geração de militares para lançar a terceira revolução, afastando a Irmandade.

Ou seja: a primeira revolução foi feita para livrar o país da mão morta de Mubarak; a segunda, para livrá-lo de uma liderança incompetente; e a terceira, para escapar de um beco sem saída.

Some-se tudo isso e se percebe a mensagem da maioria egípcia: chega de mãos mortas; queremos um governo que leve o Egito de volta à vanguarda do mundo árabe.

Chega de incompetentes; queremos um governo que restaure ordem e empregos.

E chega de becos sem saída: queremos um governo que respeite o fato de que dois terços dos egípcios não são islâmicos, e, embora muitos sejam muçulmanos devotos, não querem viver em nada parecido com uma teocracia.

Como não surpreende, muitos temem que os militares que assumiram depois de Mursi permaneçam no poder por tempo indeterminado.

É um risco, mas um que me preocupa menos. Três vezes desde 2011, a maioria dos egípcios disse "basta" quando o governo saiu da rota.

A preocupação é outra: que eles definam o rumo certo a seguir e consigam que uma maioria siga esse rumo. Esse é outro tipo de desafio, e não há certeza de que o Egito algum dia consiga alcançar esse nível de consenso.


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