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Tunísia
Quatro são presos pela morte de político opositor; país tem greve
DE JERUSALÉM - O Ministério do Interior da Tunísia afirmou ontem ter detido quatro suspeitos pelo homicídio do político Muhammad al-Brahimi, morto por 14 tiros na quinta-feira diante de sua casa, na frente de sua mulher e da filha.
Segundo o ministro Lufti bin Jidu, a arma que matou Brahimi, de um partido não-religioso, é a mesma usada no assassinato de Chokri Belaid, há seis meses. Além dos quatro presos, há outros dez suspeitos de cometer os crimes.
O principal deles é o salafista Abu Bakir Hakim, membro linha-dura do grupo islamita Ansar al-Sharia.
A polícia disparou gás lacrimogêneo contra os milhares de manifestantes que, desde quinta, protestam em Túnis e na cidade de Sidi Bouzid, berço da Primavera Árabe e local de nascimento de Brahimi.
Ontem houve greve geral. A companhia aérea nacional Tunisair cancelou todos os voos.
Brahmi tinha posição crítica contra o governo, dominado por islamitas. Ele havia renunciado ao cargo de secretário-geral do Movimento Popular, partido de esquerda, em 7 de julho, afirmando que a organização havia sido "infiltrada" por islamitas.
A desconfiança pública fez com que o partido islamita Al-Nahda fosse a público negar as acusações de envolvimento no crime, antes do anúncio da prisão dos suspeitos. A comunidade internacional reagiu com críticas ao anúncio da morte.
Com a deposição de Mohammed Mursi no Egito, há receio de que a Tunísia seja contaminada também por manifestações anti-islamitas.