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Governo egípcio decreta prisão de Mursi

Mantido incomunicável por militares desde o dia 3, ex-presidente deve ficar preso preventivamente por mais 15 dias

Ele responderá por morte de soldados e conspiração com Hamas, entre outras acusações; país tem mais protestos

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Mohammed Mursi, presidente egípcio deposto neste mês, teve ontem sua prisão preventiva decretada pelas autoridades do país.

Mursi deve permanecer 15 dias detido por um rol de acusações, como a morte de soldados e conspiração com o grupo palestino Hamas.

O ex-presidente é mantido incomunicável em um lugar desconhecido desde o golpe militar que o retirou da Presidência, em 3 de julho, na sequência de manifestações em massa contra o governo.

Para a Irmandade Muçulmana, movimento do qual Mursi faz parte, as acusações contra o ex-presidente são "ridículas". "Mais pessoas vão perceber o que esse regime representa: o retorno ao Estado do [ex-ditador Hosni] Mubarak", disse o porta-voz dele, Gehad el-Haddad.

O Exército do Egito estabeleceu anteontem um prazo que vence hoje para que a Irmandade Muçulmana concorde em fazer parte dos planos de reconciliação política.

Mursi está sob investigação por sua fuga de uma prisão no norte do Cairo, ao lado de outros líderes da Irmandade.

Há suspeita de que tenha havido participação do Hamas no incidente, o que constituiria interferência externa ilegal, por lei egípcia.

A transição política egípcia tornou-se, desde então, um impasse diplomático para os EUA. O país seria obrigado por lei a interromper seu auxílio financeiro a partir do momento em que classificasse os eventos no Egito como golpe de Estado.

Um funcionário da administração de Barack Obama ouvido pelo "New York Times" afirma, porém, que Washington escapará da saia-justa ao não fazer nenhuma conclusão a respeito da transição no Egito.

De acordo com o jornal, a opinião legal corrente na Casa Branca é de que o governo não é obrigado a determinar se houve ou não um golpe militar no Egito. Diante da frágil segurança regional, não seria do interesse americano desestabilizar o país.

PROTESTOS

Foram realizadas ontem manifestações tanto dos simpatizantes de Mursi quanto da oposição secular, que exigiu sua deposição e insiste nos planos de transição política coordenados pelo presidente do governo interino, Adly Mansur.

Houve ao menos cinco mortos em Alexandria, no norte do país, além de dezenas de feridos em embates.

Em 8 de julho, 51 islamitas foram mortos durante a repressão do Exército diante de um quartel da Guarda Republicana, onde se acredita que Mursi esteja detido.


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