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Massacre provoca 72 mortes no Egito

Choque ocorreu entre apoiadores de presidente deposto e forças do governo; vice condena uso excessivo da força

País vive situação tensa desde o golpe militar que depôs o governo do islamita Mohammed Mursi no início do mês

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

Dezenas de islamitas foram mortos ontem no Egito durante a madrugada, no pior massacre desde a deposição do presidente Mohammed Mursi, em 3 de julho.

Segundo o Ministério da Saúde do país, ao menos 72 pessoas morreram e mais de 400 ficaram feridas.

Durante o dia de ontem, a Irmandade Muçulmana, partido de Mursi, chegou a falar em 200 mortos.

O vice-presidente no novo governo, Mohamed ElBaradei, condenou a violência e o uso excessivo da força.

De acordo com a Irmandade, as forças de segurança dispararam contra manifestantes antes das preces do amanhecer, durante uma vigília pacífica.

"Houve ataques desde as 2h em nosso protesto pacífico. A polícia tentou nos retirar à força. Os hospitais estão recebendo mais mártires", diz Laila Musa, porta-voz da Aliança Antigolpe.

O Ministério do Interior apresenta outro relato. O órgão afirma que "em uma tentativa deliberada de escalar a crise, manifestantes marcharam [da mesquita] Rabia al-Adawiya para bloquear as ruas."

Segundo o governo, as forças de segurança agiram para liberar as vias e islamitas entraram em confrontos com os moradores dos entornos.

O ministro Muhammad Ibrahim afirmou que manifestações de grupos islamitas serão "resolvidas em breve".

Ele disse ainda que há um arranjo entre o ministério e as Forças Armadas para dispersar os protestos "de maneira a evitar baixas".

Ontem à noite, manifestantes pró-Mursi se mantinham acampados na mesquita, apesar dessas ameaças.

Diante da situação crítica, o governo egípcio anunciou que irá reinstaurar departamentos extintos nas forças de segurança para o monitoramento de atividades políticas e religiosas.

Essas prerrogativas haviam sido abolidas durante uma reestruturação técnica, após a insurgência de 2011.

ULTIMATO

Venceu ontem durante a tarde o ultimato dado ao Exército para que a Irmandade Muçulmana concordasse em fazer parte da transição política liderada pelo presidente interino Adly Mansur. A organização islamita se recusa, porém, a reconhecer a autoridade do governo instituído após um golpe militar.

Mursi, detido e incomunicável desde sua deposição, é acusado pela conspiração com a facção palestina Hamas para a sua fuga de uma prisão no norte do país, em 2011. Outros líderes da Irmandade estão detidos ou sob uma ordem de prisão.

O Ministério do Interior afirmou ontem que o ex-presidente "provavelmente" deverá ser transferido à prisão de Torah --onde está detido, também, o ex-ditador Hosni Mubarak.

A deposição de Mursi tem sido criticada pela comunidade internacional nas últimas semanas e colocou os EUA em uma saia justa diplomática, uma vez que o país tem de interromper seu auxílio financeiro ao Egito a partir do momento em que classificar a transição política como um golpe.


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