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Maquinista de trem é acusado de homicídio

Maquinista espanhol teria sido 'imprudente' ao provocar acidente que deixou 78 mortos, incluindo um brasileiro

Excesso de velocidade seria a causa; empresa diz não ver problema na participação no trem-bala brasileiro

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O maquinista José Francisco Garzón Amo, 52, foi acusado formalmente ontem por homicídio causado por imprudência, em razão do desastre com trem na Galícia (norte da Espanha) que deixou 78 mortos. Todos os corpos foram identificados.

Garzón, que se feriu sem gravidade, recebeu alta e está detido em uma delegacia de Santiago de Compostela. Ele pode pegar até 12 anos de prisão. Ainda estão internadas 71 pessoas, das quais 31 em estado grave.

O anúncio da acusação contra o maquinista foi feito pelo ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz. "Desde as 19h40 (14h40 no Brasil) de sexta, ele se encontra na condição jurídica de detido por supostos delitos de homicídio por imprudência", disse.

O maquinista se negou a depor à polícia. Ao final de 72 horas de prisão temporária, Garzón ficará à disposição da Justiça.

Ao visitar o local do acidente, Díaz disse haver "indícios razoáveis para considerar que [o maquinista] possa ter uma eventual responsabilidade no que ocorreu."

A principal suspeita da causa do acidente seria o excesso de velocidade do trem ao fazer uma curva acentuada.

As caixas-pretas, que contêm os dados do momento do descarrilamento, no entanto, ainda não foram analisadas.

Segundo a Renfe, estatal responsável pelos trens, os veículos não podem ultrapassar 80 km/h na região de Angrois, a 4 km da estação.

O maquinista informou à central de operações que estava a 190 km/h.

Segundo o jornal "El Mundo", o trem não estava conectado, no momento do acidente, com o Ertms, um sistema europeu de tráfego ferroviário que impede um trem de ultrapassar a velocidade máxima permitida nos trechos em que circula.

O jornal também ouviu maquinistas que afirmam haver falhas de comunicação constantes com esse sistema no trecho, um traçado antigo reaproveitado pela Renfe para trajetos de alta velocidade.

Ontem, o trajeto entre Madri e Santiago de Compostela voltou a ser realizado na mesma linha em que o acidente aconteceu.

A reportagem da Folha acompanhou a primeira viagem, que saiu da capital espanhola na manhã de ontem e chegou à cidade galega no início da tarde.

No trecho do acidente, o trem freou completamente para mostrar que não havia falhas no sistema de redução de velocidade.

Ontem, a Renfe disse que o acidente não compromete a participação da empresa no leilão do trem-bala brasileiro, que deve ocorrer ainda neste ano.


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