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Missa festiva vira de luto após acidente de trem na Espanha

Em Santiago de Compostela, onde 79 morreram na semana passada, centro histórico está tomado por sinais de pesar

Maquinista acusado de homicídio é liberado; imprensa aponta falha de operadora da rede ferroviária do país

LUISA BELCHIOR ENVIADA ESPECIAL A SANTIAGO DE COMPOSTELA

O que seria o domingo mais alegre do ano em Santiago de Compostela, no norte da Espanha, se tornou ontem um dos mais tristes de sua história.

A missa para celebrar a festa anual pelo dia de Santiago --cancelada pelo descarrilamento de um trem com 79 mortos na semana passada-- foi marcada pelo silêncio.

O luto oficial se notava ontem nas ruas da cidade, com bandeiras a meio mastro e avisos de cancelamento das festas pelo centro histórico.

Na catedral da cidade, o ponto de chegada do Caminho de Santiago, cerca de 1.500 pessoas participaram ontem da missa.

"Nossa ideia era chegar hoje [ontem] para a festa, mas já estávamos fazendo o caminho quando houve o acidente e quisemos prestar homenagem", disse o peregrino galego Victor Muñoz, 56.

Turistas e moradores deixaram ontem flores no povoado de Angrois, em frente ao local do descarrilamento, a 4 km de Santiago.

O taxista José Gutierrez, cuja casa fica a 20 metros de onde pararam os vagões descarrilados, disse que todo o povoado, de 40 casas, foi ajudar no resgate das vítimas.

"Eu estava trabalhando, mas meu filho e minha mulher entraram nos vagões para ajudar os feridos. Foi muito chocante", contou à Folha.

Mas houve também quem celebrasse ontem, como a aposentada Berta Pascual, 87, uma das vítimas do acidente.

Na saída do hospital, caminhando, ela contou que viajava para o funeral de uma de suas irmãs, que aos 100 anos falecera um dia antes.

"Comentei com minhas outras irmãs que faltava pouco para chegar, depois não lembro de nada", disse.

O maquinista Francisco Garzón Amo, que conduzia o trem, depôs ontem à Justiça e foi colocado em liberdade condicional. A imprensa espanhola apontou ontem que possíveis falhas técnicas podem ter contribuído para o acidente.

Segundo o "El Mundo", a Renfe, operadora da malha ferroviária espanhola, tem trechos sem sistema de controle de velocidade.


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