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EUA espionam empresas no Brasil, afirma jornalista

Repórter do 'Guardian' que vazou papéis foi a audiência no Senado

Para Glenn Greenwald, 'terrorismo e segurança nacional são desculpa' dos americanos para monitoramento no país

FERNANDA ODILLA DE BRASÍLIA

O advogado e jornalista Glenn Greenwald disse ontem durante audiência no Senado que, além de casos relacionados à segurança nacional e ao combate ao terrorismo, os EUA monitoraram empresas, contratos e acordos comerciais e industriais.

Primeiro a publicar reportagens indicando que os EUA espionam milhares de pessoas pelo mundo, Greenwald disse que a questão da segurança é um pretexto.

"Tem muita coisa comercial, acordo industrial também na América Latina. Terrorismo e segurança nacional são só desculpa", disse.

Apesar de afirmar que divulgou apenas pequena parte dos cerca de 20 mil documentos que o ex-técnico da CIA Edward Snowden lhe passou, o jornalista disse que o monitoramento não se limitou a questões de segurança. Ele disse que os EUA podem ter tido acesso ao conteúdo de mensagens de estrangeiros, o contrário do que diz o governo norte-americano.

"Snowden já mostrou que o governo norte-americano está invadindo muitas entidades privadas na China e em Hong Kong. Por isso, hoje ele é um herói na China", disse.

EMPRESAS BRASILEIRAS

Greenwald diz que apura acordos firmados entre uma grande empresa de telecomunicação dos EUA com companhias do setor, entre elas brasileiras. Essa empresa dos EUA, segundo ele, repassa dados à NSA, a Agência de Segurança Nacional dos EUA, onde Snowden trabalhava.

"Existe a possibilidade de a coleta de dados ter sido feita sem o conhecimento das parceiras no Brasil. Mas acho que não é provável", disse.

Para o jornalista, é muito difícil acreditar que as empresas brasileiras não saibam que seus dados estejam sendo coletados. "Não posso obrigar as empresas a falarem. O governo brasileiro pode", disse, afirmando que essa empresa de telefonia é a chave para entender como dados foram capturados.

Suspeitas apontam que o monitoramento dos dados foi feito com auxílio de softwares, como X-Keyscore, capaz de ver o histórico de navegação dos internautas.

Os EUA dizem não acessar conteúdo de mensagens, apenas os metadados --informações como origem, destino e duração das mensagens.

Greenwald contradiz. "Os metadados representam grande invasão de privacidade. Posso saber muito sobre sua atividade, sobre sua vida. Mas não é só metadado. O governo [norte-americano] tem como invadir muito e-mail."

O jornalista diz conversar com Snowden por um sistema criptografado na internet. Ele não revela em que local da Rússia está Snowden, mas garante que ele está feliz com o resultado das denúncias.


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