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Brasil vai apoiar na ONU condenação à violência da Síria

Texto deve ser votado amanhã em Genebra, depois de relatório denunciar crimes contra humanidade no país

Governo turco anuncia sanções contra Damasco e Líbano se compromete a cumprir as restrições aprovadas na Liga Árabe

ISABEL FLECK
DE SÃO PAULO

O Brasil "apoiará fortemente" o texto de condenação à Síria que deve ser votado amanhã, em sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.

O documento, que provavelmente tomará o formato de uma resolução, tem por base o relatório entregue nesta semana pela Comissão Internacional Independente de Investigação das Nações Unidas para a Síria, que acusa o regime de cometer "crimes contra a humanidade".

Segundo a Folha apurou, a posição do governo brasileiro é de que é preciso "apertar" o governo de Bashar Assad em relação à violenta repressão, uma vez que a situação dos direitos humanos no país não melhorou desde que a missão do Ibas (Índia, Brasil e África do Sul) esteve em Damasco, em agosto.

No último dia 22, o Brasil já votou a favor de resolução condenando a Síria na Terceira Comissão da Assembleia Geral da ONU. O país também apoiou a criação da comissão de investigação sobre os direitos humanos, que foi presidida pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, e intercedeu por sua entrada na Síria.

Por mais de dois meses, a equipe tentou conseguir permissão do regime para analisar, in loco, a situação no país. Não conseguiu.

Uma fonte informou à Folha que Pinheiro chegou a ter sua entrada autorizada, mas não como presidente da comissão -isto é, não poderia trabalhar no relatório.

Ainda não está definido se o texto do Conselho de Direitos Humanos incluirá o estabelecimento de um relator especial do organismo para a Síria, como pede o relatório da comissão.

SANÇÕES

A Turquia -que não é árabe, mas é uma importante potência regional- anunciou ontem que aplicará sanções econômicas e financeiras à Síria, seguindo o exemplo da Liga Árabe. Entre as medidas anunciadas pelo chanceler turco, Ahmet Davutoglu, estão a suspensão de todas as transações comerciais e o congelamento de fundos ligados ao regime.

As sanções da Liga Árabe, aprovadas na última semana, já começaram a ser aplicadas. Ontem, o governo dos Emirados Árabes Unidos disse que suspenderá todos os voos para a Síria a partir da semana que vem.

O Líbano, que não apoiou as medidas restritivas no bloco, revelou ontem, em declaração à France Presse, que também cumprirá as sanções.

Segundo a agência estatal Sana, o regime sírio libertou ontem 912 prisioneiros. A agência diz que outros 1.733 já haviam sido liberados neste mês. A libertação de presos políticos é um dos pontos do acordo com a Liga Árabe, que Damasco disse ter aceito, mas depois ignorou.

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