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Agência vigia cidadãos dos EUA dentro e fora do país
NSA espiona dados de americanos sem ligação direta com alvos no exterior
Informação contradiz posição do presidente Barack Obama de que monitoramento tem estrangeiros como foco
A NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA) monitora a comunicação de americanos dentro e fora do país, em busca de pessoas que citem informações sobre estrangeiros sob vigilância, afirmam agentes de inteligência.
A agência, portanto, não está interceptando apenas mensagens de americanos que estejam em ligação direta com alvos de vigilância no exterior --prática que as autoridades dos EUA já haviam admitido abertamente.
O presidente Barack Obama insiste que o alvo dos programas de espionagem são estrangeiros.
Indícios de que a vigilância acontecia apareceram em um conjunto de regras, vazado pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden, sobre como a NSA deveria executar o disposto pela reforma de 2008 da Lei de Vigilância da Inteligência Estrangeira (Fisa). Um breve parágrafo menciona que a agência "busca adquirir comunicações sobre o alvo que não sejam para ou do alvo". O trecho foi no geral ignorado, em meio à onda de revelações.
Com isso, a NSA lança uma rede muito maior, à procura de pessoas que citem informações relacionadas a esses estrangeiros --como, por exemplo, endereços de e-mail utilizados com pouca frequência--, segundo um alto funcionário de inteligência. As buscas são feitas sem autorização da Justiça.
Judith Emmel, porta-voz da NSA, disse que as atividades da agência eram legais e tinham por objetivo recolher informações não sobre os americanos, mas sobre "potências estrangeiras e seus agentes, organizações estrangeiras, pessoas estrangeiras ou terroristas internacionais".
"Ao executar sua missão de inteligência de comunicações, a NSA recolhe apenas aquilo que está explicitamente autorizada a recolher", afirmou Emmel.