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Indústria chinesa tem 1ª queda desde 2009

Contração reflete crise dos ricos e eleva temor sobre capacidade do principal motor econômico global manter ritmo

ONU reduz previsão de avanço do PIB mundial e diz que aumentaram os riscos de mais um mergulho na recessão

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Acompanhando o ritmo do restante da economia mundial, a indústria chinesa encolheu no mês passado, a primeira contração do setor desde fevereiro de 2009, quando se recuperava dos efeitos da crise gerada pela quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008.

A retração da indústria chinesa é preocupante porque o país se tornou nos últimos anos o principal motor da economia global, já que os EUA e a Europa não conseguem retomar o ritmo.

Ela também é um reflexo da integração cada vez maior das economias, em que a menor demanda externa (da endividada Europa, por exemplo) tem efeitos mais fortes na indústria local.

Os problemas da economia global são um desafio para as autoridades chinesas, que não podem deixar o ritmo de crescimento cair (correndo o risco de revoltas sociais), ao mesmo tempo em enfrentam a disparada da inflação e a criação de bolha de ativos -como imóveis.

Anteontem, o banco central chinês anunciou o corte de 0,5 ponto percentual no compulsório (dinheiro que os bancos precisam depositar na entidade), liberando mais dinheiro para empréstimos.

Foi a primeira redução desde dezembro de 2008.

O primeiro-ministro Wen Jiabao disse no mês passado que as "condições globais permanecem severas e garantir a recuperação econômica é a principal prioridade".

A China não é apenas a segunda maior economia do mundo, atrás somente dos EUA, como é o maior exportador global -um dos motivos para o aumento da preocupação de Pequim.

A redução do compulsório indica que a retomada da economia é prioridade em relação aos preços, já que a liberação de crédito pode ser ainda mais combustível na inflação (de 5,5%).

Outra preocupação é com os preços das casas, em que o governo vem tomando várias medidas nos últimos dois anos para impedir a formação de uma bolha.

Os preços caíram em novembro pelo terceiro mês seguido, mas há o temor de que esse processo ganhe força e tenha impacto sobre a expansão econômica.

Não só a indústria chinesa encolheu em novembro. O setor na zona do euro continuou a se retrair, com os problemas espalhados pelas principais potências: Alemanha, França e Itália.

CENÁRIO DE DÚVIDAS

No Brasil, também houve retração, ainda que menos forte do que em outubro.

Os EUA foram, ao lado da Rússia, a única das grandes economias que teve crescimento, seguindo a leva recente de números mais auspiciosos para os americanos.

Ainda assim há dúvidas se os EUA vão conseguir manter o ritmo caso a crise da dívida europeia se agrave.

Com esse cenário, a ONU reduziu a sua previsão de crescimento da economia global em 2012, de 3,6% para 2,6%, e disse que as chances de uma nova recessão mundial cresceram.

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