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Embaixada não é DOI-Codi, reage Dilma

Presidente rebate diplomata que justificou operação de fuga de boliviano dizendo se sentir como 'carcereiro' em La Paz

Na 1ª declaração sobre o caso, mandatária diz que ação liderada por Eduardo Saboia colocou senador asilado em risco

TAI NALON GABRIELA GUERREIRO DE BRASÍLIA

Em sua primeira declaração pública sobre a crise no Itamaraty após a fuga do senador boliviano Roger Pinto Molina para o Brasil, a presidente Dilma Rousseff criticou ontem o diplomata responsável pela operação ao afirmar que o DOI-Codi e a Embaixada do Brasil em La Paz são tão diferentes como o céu e o inferno.

A frase foi uma reação a Eduardo Saboia, que, após liderar a ação no fim da semana passada, disse que se sentia na embaixada brasileira em La Paz como um "carcereiro do DOI-Codi", o órgão de repressão onde Dilma ficou presa na ditadura militar.

Antes de fugir para o Brasil, Molina passou 452 dias asilado na embaixada. Sua saída era impossibilitada pela recusa do governo Evo Morales de conceder um salvo-conduto para o senador, que responde a diversos processos (entre os quais por corrupção e homicídio) e se diz vítima de perseguição política.

Alegando questões humanitárias e de saúde, Saboia trouxe Molina para o país sem a autorização da Bolívia e sem avisar o chanceler Antonio Patriota, que acabou tendo que deixar o cargo anteontem.

O ministro será substituído pelo embaixador do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), Luiz Alberto Figueiredo, que toma posse hoje.

Ontem, Dilma foi questionada, depois de evento no Congresso, se pensava em extraditar o senador boliviano.

Em vez de responder, disparou: "Eu estive no DOI-Codi, eu sei o que é o DOI-Codi. É tão distante o DOI-Codi da embaixada brasileira lá em La Paz como é distante o céu do inferno".

A presidente ainda criticou a atitude de Saboia de assumir os riscos de trazer o senador por via terrestre ao país.

"Se nada aconteceu, não é a questão, poderia ter acontecido. Um governo não negocia vidas. Um governo age para proteger a vida", disse ela, que afirmou ainda que a embaixada na Bolívia é "extremamente confortável".

Dilma disse também que o Brasil tentou "em vários momentos" negociar um salvo-conduto com o país vizinho.

"Lamento profundamente que o asilado brasileiro tenha sido submetido à insegurança que foi. Um Estado democrático civilizado, a primeira coisa que faz é proteger a vida", completou.


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