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Reino Unido pede à ONU ação contra Síria

Premiê David Cameron apresenta resolução ao Conselho de Segurança, mas Rússia deve exercer poder de veto

Nenhuma decisão sobre ataque deverá ocorrer antes da divulgação de relatório sobre uso de arma química por Assad

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

O Reino Unido pediu ontem o aval do Conselho de Segurança da ONU para uma intervenção militar na Síria. Foi o passo mais concreto para uma ação contra o regime do ditador Bashar al-Assad, acusado de usar armas químicas contra a população de seu próprio país na semana passada.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que a proposta de resolução "autoriza as medidas necessárias para proteger civis".

Na prática, isso daria o respaldo das maiores potências mundiais a um ataque aéreo à Síria, onde insurgentes tentam derrubar o governo de Assad há mais de dois anos.

O texto foi apresentado horas depois de Cameron conversar com o presidente dos EUA, Barack Obama. Os dois sabem que a Rússia deve exercer seu direito de veto no Conselho, mas optaram por fazer a consulta antes de anunciar uma ação, provavelmente na próxima semana.

Os cinco membros permanentes do órgão saíram do encontro sem votar a resolução. A Rússia postergou o debate até que os inspetores da ONU soltem o relatório final sobre suas investigações na Síria.

Em outra frente, o secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, responsabilizou Assad pelo uso de armas químicas e disse que a ação é "inaceitável e não pode ficar sem resposta".

Obama também disse que os EUA concluíram pela responsabilidade do regime nos ataques químicos, mas afirmou ainda não ter tomado a decisão de lançar um ataque contra o país.

TELEFONEMA

Segundo a revista "Foreign Policy", no dia 21, poucas horas após o suposto ataque, um funcionário do Ministério da Defesa da Síria, em pânico, falou por telefone com o chefe de uma unidade de armas químicas do país pedindo informações sobre uma ofensiva com produtos que afetam o sistema nervoso. A conversa foi captada pelos serviços de inteligência dos EUA.

Ontem à noite, sob forte pressão interna, Cameron recuou do discurso a favor de uma intervenção imediata.

Ele enfrenta resistência da oposição trabalhista e de cerca de 70 deputados do Partido Conservador. Para evitar uma rebelião, prometeu submeter qualquer decisão sobre ações militares a nova votação na Câmara dos Comuns.

O adiamento também atenderia ao apelo do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que quer mais quatro dias para os inspetores enviados à Síria concluírem seu relatório.

O governo britânico também tenta convencer a opinião pública de que uma intervenção militar terá alvos específicos e não significará o início de uma guerra.

"Isso não é o Iraque. Não se trata de tropas em solo ou de uma mudança de regime", disse o vice-premiê, Nick Clegg.


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