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Defesa da obediência marca discurso de posse de chanceler

Luiz Alberto Figueiredo diz que Itamaraty não estará em um 'bom caminho' se hierarquia não for respeitada

Substituto de Patriota descarta mudança de rumo da diplomacia e afirma que Brasil só apoiará intervenção na Síria com aval da ONU

FLÁVIA FOREQUE TAI NALON DE BRASÍLIA

A defesa do respeito à hierarquia e da obediência deu o tom do primeiro discurso do ministro Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) aos servidores da pasta.

O diplomata assumiu ontem o comando do Itamaraty em meio a uma crise interna que derrubou o ex-chanceler Antonio Patriota, que estava no cargo desde o início do governo Dilma Rousseff.

Patriota, que agora irá chefiar a missão brasileira na ONU (Organização das Nações Unidas), caiu depois que o encarregado de negócios do Brasil em La Paz trouxe ao país, sem autorização dele, um senador que estava asilado na embaixada brasileira.

"Não estaremos num bom caminho se permitirmos que se percam aspectos essenciais de nossa cultura institucional, como o princípio da hierarquia", disse Figueiredo à plateia de cerca de 300 pessoas.

"O Itamaraty que eu entendo (...) é também aquele que atua decisivamente no cumprimento das instruções recebidas e no estrito respeito à lei", afirmou.

O novo ministro ponderou que isso "não exclui o debate de ideias nem a consideração de pluralidade de perspectivas". "Mas o debate de ideias tampouco exclui a obediência e o respeito à institucionalidade", completou.

Em seu discurso, Figueiredo fez elogios a Patriota, lembrando que foi em sua gestão que o Brasil conquistou postos importantes em organizamos internacionais --a exemplo da eleição de Roberto Azevêdo ao cargo de diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio).

Ao deixar o cargo, em sua primeira declaração sobre o caso, Patriota também afirmou ser "imprescindível o respeito à hierarquia e às cadeias de comando".

"Sem isso, correríamos o risco de desencadear processos e consequências imprevisíveis e capazes de acarretar prejuízos à nossa coesão, credibilidade, capacidade de ação e habilidade para exercer influência para solucionar questões", disse.

O episódio envolvendo o senador boliviano também permeou o discurso de Dilma.

"Adotamos rigoroso conceito de não intervenção e só aprovamos ações excepcionais em defesa da preservação de vidas humanas se passarem pelo devido escrutínio e tiverem o amparo da ONU", disse ela.

Em entrevista à imprensa, Figueiredo ressaltou que não haverá grandes mudanças com a troca de comando. "A política externa é do governo Dilma Rousseff, portanto não mudará independentemente de quem for o chanceler."

Ele afirmou que o Brasil somente apoiará uma ação armada na Síria se a iniciativa for autorizada pelo Conselho de Segurança da ONU. Ontem, o Reino Unido pediu o aval do conselho para uma intervenção militar em retaliação a um ataque químico em Damasco.


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