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Após crise, presidente da Colômbia muda ministério
Troca visa fortalecer governo depois de onda de manifestações tomar o país
Popularidade de Juan Manuel Santos caiu de 48% em junho para 21%, segundo pesquisa feita durante protestos
A fim de fortalecer seu governo antes da eleição presidencial do ano que vem, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, indicou cinco novos ministros anteontem. A medida vem após pesadas críticas contra o tratamento dado pelo governo a um protesto do setor agrícola, que se tornou violento na semana passada.
Santos definiu o novo ministério como "gabinete de paz e unidade" e pediu aos novos ministros que o ajudem a pôr fim às cinco décadas de guerra com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e a resolver os problemas rurais.
O presidente ainda não disse se disputará um segundo mandato, mas sua reeleição se tornou mais difícil nas últimas semanas e depende muito das negociações com as Farc, em curso em Cuba.
O ministério apresentou renúncia coletiva na segunda-feira, procedimento-padrão quanto o presidente planeja uma reforma.
Santos apontou novos ministros para a Justiça, a Agricultura, a Energia, o Interior e o Meio Ambiente.
Os ministros das Finanças, da Defesa e do Exterior foram mantidos.
As mudanças na Agricultura e na Energia visam acalmar os ânimos após disputas trabalhistas no setor rural e de mineração.
A reforma ministerial surge dias depois que Santos se viu forçado a usar soldados para patrulhar as ruas de Bogotá, a capital, quando protestos liderados por agricultores se tornaram violentos, causando cinco mortes.
"Temos de fazer algo que não foi feito em 80 anos (...) Precisamos de uma revolução agrária", disse o presidente de centro-direita, herdeiro de uma das mais poderosas famílias colombianas.
POPULARIDADE
A aprovação a Santos despencou de 48% no final de junho para 21%, segundo pesquisa feita durante os protestos rurais.
Sua popularidade havia disparado quando foi anunciado o início das negociações com as Farc, mas a percepção dos colombianos quanto à falta de avanço nas tratativas com o grupo ajudou a derrubá-la.
As Farc ainda mantêm seus ataques contra alvos militares e econômicos.