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Fragilidade da Petrobras é alvo de CPI no Senado
Comissão pedirá acesso a 20 mil papéis vazados
Criada para apurar as denúncias de monitoramento dos EUA contra o Brasil, a CPI da Espionagem no Senado vai começar seu trabalho tentando apurar fragilidades dos sistemas da Petrobras e da Agência Nacional do Petróleo.
"Vamos começar pelos fatos conjunturais, em razão do leilão do campo de Libra, em outubro. É necessário saber de que forma Petrobras e ANP têm se estruturado para a proteção de seus dados", disse o relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES).
Reportagem do "Fantástico" (TV Globo) baseada em documentos obtidos pelo jornalista Glenn Greenwald mostrou treinamento para espionar redes privadas de computadores, destinado a funcionários da NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA). Nele, a Petrobras foi citada como um dos "alvos" que "usam redes privadas".
A CPI também se prepara para pedir acesso aos cerca de 20 mil documentos secretos que revelam como os EUA monitoram diversos países, entre eles o Brasil, vazados para Greenwald pelo ex-técnico da NSA Edward Snowden, hoje asilado na Rússia.
Segundo Ferraço, Greenwald será convidado a falar na comissão já na próxima semana. O jornalista informou a integrantes da CPI que a lei americana lhe permite publicar na mídia as informações repassadas por Snowden, mas ele pode responder por vazamento de informação sigilosa caso repasse a documentação ao Senado.
O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse que o governo tenta encontrar a melhor forma de dar segurança a Greenwald. A CPI pediu proteção ao jornalista e a seu namorado, que vivem no Rio.