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Vendedora de armas, Rússia faz pouca doação

JULIAN BORGER DO "GUARDIAN"

Os países mais envolvidos em armar os dois lados na guerra civil síria estão entre os menos generosos quando se trata de enfrentar o desastre humanitário causado pelo conflito, de acordo com um novo relatório da organização assistencial britânica Oxfam.

A entidade constatou que Rússia e Qatar doaram só 3% do montante que teriam condições de dar à campanha humanitária promovida pela ONU em benefício da Síria, segundo um cálculo feito pela Oxfam com base em indicadores como a renda bruta interna do país.

A Rússia é o principal fornecedor de armas ao governo sírio, respondendo por cerca de metade de suas importações de material bélico no período 2006-2010, de acordo com o Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo.

Moscou lançou uma ofensiva diplomática em defesa do regime sírio, alegando ter provas que implicam os rebeldes no ataque químico contra Damasco em 21 de agosto. A iniciativa russa uma vez mais opõe o país ao Reino Unido, França e EUA.

Já o Qatar é geralmente encarado como principal fonte de financiamento para a compra de armas para os rebeldes, especialmente os grupos jihadistas.

A França, mais eloquente partidária da oposição síria no Ocidente, doou menos da metade do que poderia, de acordo com a Oxfam.

No extremo oposto da escala, o Kuait contribuiu com quatro vezes mais que a sua "cota", e o Reino Unido com 150% do valor que a organização estimava justa.

No geral, os países que doaram menos do que seria justo superam por larga medida os que doaram mais, especialmente entre as nações mais ricas.

Os EUA, embora tenham sido os maiores doadores em termos absolutos (US$ 818 milhões), contribuíram com 63% de sua cota, segundo a Oxfam. O Japão doou 17%, e a Coreia do Sul, só 2%.

Como resultado, o fundo de assistência humanitária de 5 bilhões de libras (R$ 17,7 bilhões) que a ONU criou para a Síria em junho só recebeu 44% do valor solicitado, e isso a poucos dias de um encontro de alto escalão entre doadores durante a Assembleia Geral da ONU.

A campanha da Oxfam por verbas de emergência para a Síria, cujo objetivo era arrecadar pouco mais de 30 bilhões de libras (R$ 106 bilhões), angariou apenas 39% da verba pretendida, segundo a organização.

"Muitos países doadores não estão oferecendo o nível de verbas que esperávamos deles", diz Colette Gearon, diretora do programa da Oxfam para a Síria.

"Alguns países precisam demonstrar sua preocupação com a crise na Síria colocando a mão no bolso."

A Oxfam afirmou que a falta de verbas já está afetando a capacidade das organizações assistenciais para responder à crise.


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