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Eleitor alemão vê Merkel como 'porto seguro', diz biógrafo

Há mais tempo no poder que a maioria dos seus pares, chanceler é favorita ao 3º mandato no pleito de amanhã

Para analistas, 'pouca ou nenhuma convicção' de Merkel é considerada virtude; esquerda pede aliança das oposições

BERNARDO MELLO FRANCO ENVIADO ESPECIAL A BERLIM

Desde o início da crise econômica, em 2008, as cúpulas da União Europeia já receberam três presidentes da França, quatro primeiros-ministros da Itália e outros três do Reino Unido.

A exceção do grupo é a chanceler (premiê) da Alemanha, Angela Merkel, 59, que sobrevive há oito anos no poder e chega à eleição de amanhã como favorita ao terceiro mandato.

Para o jornalista Stefan Kornelius, autor da biografia oficial da conservadora, o segredo da longevidade política é uma imagem adequada ao momento de incertezas.

"Ela é muito popular porque consegue encarnar, aos olhos do eleitor alemão, a estabilidade e a segurança necessárias para atravessar as dificuldades", disse à Folha.

O livro mostra como essa imagem foi forjada ao estilo da chanceler, que é conhecida pela cautela extrema e às vezes recebe críticas por hesitar demais antes de anunciar uma medida.

Segundo Kornelius, editor do jornal "Süddeutsche Zeitung", ela encarna um modelo da "pós-política", onde ter muita paciência e "pouca ou nenhuma convicção" virou uma virtude desejável.

"Este é o segredo do poder de Merkel: ela só entra numa disputa se já souber que vai vencer no fim", afirma.

Os próximos capítulos da crise, para o biógrafo, definirão a conservadora nos livros de história. "Ela será lembrada por isso. Seu desafio é manter a moeda única e deixar a crise para trás."

O livro afirma que a chanceler, conhecida pela frieza em público, fica abalada ao ser alvo de protestos em países como Grécia e Espanha, onde costuma ser retratada em cartazes com o bigode do ditador nazista Adolf Hitler.

"Ela se sente mal compreendida, vítima de distorções e clichês, mas nunca demonstra isso", diz o autor da biografia.

Se a conservadora for eleita para um terceiro mandato, Kornelius prevê uma leve mudança de estilo.

"Ela terá que assumir mais riscos e gastar parte do seu capital político. Precisará convencer os alemães de que o país deve ceder alguns poderes para dar mais força à União Europeia", diz.

OPOSIÇÃO

O candidato a chanceler do Partido de Esquerda, Gregor Gysi, defendeu ontem uma aliança de toda a oposição com o objetivo de tirar Merkel do poder.

Segundo nova pesquisa do instituto Forsa, a coalizão de centro-direita da chanceler tem 45% das intenções de voto, mesmo índice da soma entre SPD (Partido Social Democrata), Verdes e Esquerda.

No entanto, o candidato social-democrata, Peer Steinbrück, tem repetido que não se aliará aos ex-comunistas liderados por Gysi como tática para chegar ao poder.

A Esquerda é herdeira política do Partido Comunista da antiga Alemanha Oriental. Isso faz com que a sigla enfrente forte rejeição nos Estados do oeste, que são os mais ricos do país.


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