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Síria entrega dados sobre armas químicas

Organização que trata do tema confirma que recebeu informações do regime Assad, passo previsto em acordo

Repasse é o primeiro estágio para que armas sejam destruídas, de acordo com acertado entre EUA e Rússia

DIOGO BERCITO DE JERUSALÉM

A Organização para a Proibição de Armas Químicas confirmou ontem ter recebido uma divulgação inicial por parte do regime sírio a respeito de seu arsenal químico.

As informações estão sendo examinadas por um comitê técnico. É esperado que mais dados sejam entregues entre hoje e amanhã, de acordo com a organização, conhecida pela sigla OPCW.

A divulgação de dados do arsenal sírio era prevista por um cronograma estipulado no sábado passado, 14 de setembro, quando a Síria concordou com o acordo mediado pela Rússia e pelos Estados Unidos estabelecendo a revelação e a destruição de todas suas armas químicas.

Havia um prazo de uma semana para o início do compartilhamento das informações, após o trato.

À Folha o porta-voz Michael Luhan afirmou que a organização não irá estipular as informações recebidas, por não se tratar de dados públicos. O detalhamento do arsenal, diz, pode incluir a localização das armas.

De acordo com a OPCW, a velocidade com que o arsenal sírio está sendo revelado é inédita. Em geral, um processo de divulgação das armas leva 60 dias. O caso da Síria, no entanto, é considerado de extrema gravidade.

A insurgência e a repressão no país já deixaram mais de 100 mil mortos, nas estimativas das Nações Unidas.

Em 21 de agosto, um ataque químico nos arredores de Damasco matou cerca de 1.400 pessoas. A ação foi confirmada por inspetores da ONU, mas a autoria ainda é discutida, apesar de a comunidade internacional --exceto a Rússia-- culpar o regime do ditador Bashar al-Assad.

LINHA VERMELHA

A crise síria chegou a um ápice após o ataque químico. Barack Obama, presidente dos EUA, havia afirmado em diversas ocasiões que usar tal arsenal significaria cruzar uma "linha vermelha", resultando possivelmente em uma ação militar americana.

O ataque contra a Síria, porém, que parecia inevitável há algumas semanas, foi interrompido pelo inesperado acordo de desarmamento químico, após ofensiva diplomática do governo russo.

John Kerry, secretário de Estado americano, afirmou anteontem que "apesar de a remoção completa do arsenal químico da Síria ser possível", é necessário ter urgência. A intervenção militar não está descartada, caso as negociações atuais falhem.

Conforme analisar as informações entregues pelo regime sírio, a OPCW irá averiguar a validade dos dados a partir de inspeções técnicas.

Especialistas têm notado que tanto o inventário quanto a remoção do arsenal químico da Síria serão extremamente difíceis e custosos, durante uma guerra civil.


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