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Análise

Sorte ajuda Obama em negociações simultâneas com sírios e iranianos

DAVID E. SANGER DO "NEW YORK TIMES", EM WASHINGTON

Apenas duas semanas depois que Washington estava envolvido em um debate sobre um ataque militar unilateral contra a Síria que também deveria servir de alerta ao Irã sobre seu programa nuclear, o presidente Barack Obama se vê nos estágios de abertura de duas inesperadas iniciativas diplomáticas junto aos maiores adversários dos EUA no Oriente Médio.

Sem muito aviso, a diplomacia está subitamente viva, depois de uma década de debilitantes guerras na região.

Depois de anos de crescente tensão com o Irã, há discussão sobre encontrar um caminho que permita ao país preservar alguma capacidade de produzir combustível nuclear, o que protegeria seu prestígio.

A Síria, que não conta com muito espaço de manobra, subitamente tem de enfrentar prazos curtos para revelar e entregar seus estoques de armas químicas.

Para Obama, é uma reversão de fortunas que um diplomata americano descreveu como "estonteante".

Em seus momentos de maior honestidade, funcionários da Casa Branca admitem que chegaram a essa situação da maneira mais complicada possível --com uma mistura de sorte e algumas jogadas de xadrez inesperadas realizadas por três jogadores dos quais Obama desconfia profundamente: o sírio Bashar al-Assad, o presidente Vladimir Putin, da Rússia e os erráticos mulás do Irã.

Mas as autoridades dizem que isso é apenas o fruto, ainda que tardio, do uso seletivo de coerção, pela administração Obama, em uma parte do mundo onde essa linguagem é compreendida.

"O tema comum é que não é possível realizar progresso diplomático no Oriente Médio sem pressão", disse Benjamin Rhodes, assessor-assistente de segurança nacional norte-americano.

Os céticos --e há muitos deles no Conselho de Segurança Nacional, Pentágono, agências de inteligência e Congresso norte-americano-- não são tão otimistas.

Acreditam que Obama corra o risco de ser arrastado a longas negociações e a jogos de dissimulação.

E pendendo por sobre tudo isso há uma terceira negociação: o esforço do secretário de Estado John Kerry para forçar a retomada das negociações de paz entre Israel e os palestinos, um campo minado político que Obama e a predecessora de Kerry, Hillary Clinton, optaram no geral por evitar.

Todas essas possibilidades podem se evaporar rapidamente. Mas para Obama, o panorama é o de que, depois de semanas de parecer inseguro, ele agora tem a oportunidade de realizar algo de grande.


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