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Itália apresenta pacote de 30 bilhões de euros Medidas incluem corte de despesas, aumento de impostos e elevação da idade mínima para a aposentadoria Primeiro-ministro Mario Monti afirma que plano anunciado pelo governo "será doloroso, mas necessário"
O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, anunciou ontem um pacote no valor de € 30 bilhões para reduzir o deficit público e recuperar a confiança na terceira maior economia da zona do euro. Ele disse que o pacote, que prevê o corte de despesas e o aumento de impostos, "será doloroso, mas necessário". A idade mínima para a aposentadoria subirá para 66 anos a partir de 2018, mas o governo pretende incentivar os profissionais a permanecerem em seus postos de trabalho até os 70 anos. "Nós temos que dividir sacrifícios, mas temos realizado grandes esforços para fazer isso de forma justa", disse o premiê, durante entrevista coletiva em que informou que renunciará ao seu salário como primeiro-ministro e como ministro da Economia. Como consequência do forte impacto dos cortes, a ministra Elsa Fornero, integrante do gabinete, chorou ao anunciar as medidas. O pacote vem antes de uma das semanas mais cruciais para a zona do euro desde que a moeda comum foi introduzida em 17 países, há uma década. Na quinta-feira e na sexta-feira, os líderes europeus vão se encontrar em Bruxelas para tentar, mais uma vez, chegar a um acordo que possa resgatar o continente. A Itália -com o crescimento praticamente paralisado e sob o peso de uma dívida pública de € 1,9 trilhão, equivalente a 120% do seu PIB (Produto Interno Bruto)- tem estado no centro da crise europeia desde que passou a pagar cerca de 7% de juros ao ano para financiar seu débito. Essa taxa é similar às que forçaram países como a Grécia e a Irlanda a buscar ajuda financeira externa. A adoção do pacote é vista como fundamental para resgatar a credibilidade da Itália nos mercados financeiros, depois de uma série de promessas que não foram cumpridas pelo governo de Silvio Berlusconi, antecessor de Mario Monti. REAÇÃO Os sindicatos acham que os cortes vão atingir os trabalhadores mais pobres e os pensionistas, mas é pouco provável que haja oposição efetiva ao pacote anunciado pelo premiê. "Não é demagogia dizer que os próximos dez dias decidirão se o euro sobreviverá ou não", disse Emma Marcegaglia, líder da Confindustria, uma das principais organizações empresariais da Itália, antes da divulgação das medidas de austeridade. O pacote, para reduzir o custo da máquina pública, inclui a diminuição do número de governos locais. Com o objetivo de estimular o crescimento econômico, as medidas também preveem incentivos às empresas que contratarem. Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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